González pede que militares venezuelanos “ponham fim” a cúpula corrupta

O líder da oposição da Venezuela, Edmundo González Urritia, já não fala somente como líder opositor. Em um vídeo publicado em suas redes sociais no domingo (5), o chavista falou aos militares venezuelanos que a partir do dia 10 de janeiro será seu comandante em chefe – isto é, presidente –, e pediu a eles que cumpram com sua missão de defender a soberania para permitir a transição que encabeça.

“Nossa Força Armada Nacional está convocada a ser garantia da soberania e do respeito à vontade popular. É nosso dever atuar com honra, mérito e consciência”, disse González, que também falou sobre o dever de proteger as famílias venezuelanas.

É o chamado mais claro do dirigente para uma atuação militar que respalde sua intenção de tomar posse da presidência da Venezuela na sexta-feira. A mensagem surgiu horas após María Corina Machado, que seria sua vice-presidente caso consiga chegar ao poder, convocar toda a população venezuelana dentro e fora do país a ir às ruas no dia 9 de janeiro.

CNN procurou o governo da Venezuela para comentar as falas de González.

O líder da oposição insiste que venceu as eleições de julho de 2024. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou o atual presidente da Venezuela Nicolás Maduro como vencedor, mas não publicou os resultados das mesas eleitorais e centros de votação.

A oposição venezuelana coletou as atas impressas pelo CNE, afimrnado que elas deram a vitória a González no dia 28 de julho por uma ampla maioria. Após verificação das atas fornecidas pela oposição, a CNN determinou que as atas são autênticas – o governo Maduro, no entanto, sustenta que são falsas.

Também no domingo, na reabertura do Poder Legislativo venezuelano após o recesso, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, ameaçou pedir a prisão de González caso ele regresse ao país.

“Nós somos obrigados a contribuir com a Procuradoria-Geral da República, e a cada deputada e a cada deputado que defende a paz solicitaremos, caso ele toque um palmo do território da República Bolivariana da Venezuela, a prisão imediata”, afirmou Rodríguez.

CNN contatou a equipe de González para pedir comentários.

O pedido do deputado Rodríguez não é novo. Um juiz venezuelano já havia ordenado a captura do líder opositor em setembro, e no dia 2 de janeiro o Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais da Venezuela (CICPC) ofereceu uma recompensa de 100 mil dólares por informação que leve à prisão do líder opositor.

A Procuradoria-Geral acusa González de usurpação de funções e conspiração, entre outros crimes, o que González nega.

O líder chavista se encontra em Washington, capital dos Estados Unidos, à espera de uma reunião com o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca. Durante o fim de semana, esteve na Argentina e no Uruguai, onde obteve o apoio dos presidentes de ambos os países e se reuniu com a diáspora venezuelana.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em González pede que militares venezuelanos “ponham fim” a cúpula corrupta no site CNN Brasil.

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