PF analisa três pedidos de inquéritos enviados pelo Ministério da Fazenda

A Polícia Federal está analisando três pedidos de abertura de inquérito que envolvem o Ministério da Fazenda, sendo dois a pedido da pasta e um enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU). As três solicitações foram feitas em uma semana.

O primeiro foi enviado pela pasta para que a PF investigue a autoria do vídeo adulterado, que circulou na semana passada, em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece dizendo que vai “taxar tudo” e que “imposto e Big Brother são paixões nacionais”.

O vídeo original, de uma entrevista coletiva captada pela CNN, foi adulterado com inteligência artificial.

A voz e a imagem são do ministro, mas as falas são falsas.

No vídeo, a imagem de Haddad “diz” frases sem sentido, como: “teremos impostos do cachorrinho de estimação; se ele é da família, temos que arrecadar sobre ele também”, “é justo imposto pré-natal: ficou grávida, já tem que começar a pagar imposto para o hospital”, “imposto das bets: se perdeu, o prejuízo é seu; se ganhar, o lucro é nosso” e “brasileiro gosta de um imposto novo”.

O vídeo viralizou inicialmente no Facebook, e depois em grupos de WhatsApp e no Instagram. No sábado passado, o ministro gravou um vídeo verdadeiro, desmentido o conteúdo do material falso.

O segundo pedido de abertura de inquérito partiu da Advocacia-Geral da União (AGU), para que a força policial apure fake news sobre a suposta taxação do Pix. Informações falsas que circularam na internet levaram o governo federal a recuar e suspender a norma da Receita Federal.

Em ofício enviado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a AGU pede que sejam tomadas providências com relação a notícias falsas relacionadas ao Pix e ao cometimento de crimes, “como, por exemplo, o envio de boletos e cobranças adicionais por golpistas”. E que seja apurada “a materialidade e a autoria dos fatos apontados, sobretudo para fins de detectar e analisar a criação de sites e perfis falsos em redes sociais, que se passam por instituições governamentais ou financeiras”.

O terceiro e mais recente pedido de abertura de inquérito também partiu do Ministério da Fazenda, na quinta-feira (16), para que a PF investigue a obtenção e uso indevidos do CPF do ministro Fernando Haddad.

Segundo o ofício enviado pela pasta à PF, o número dele foi compartilhado em aplicativos de troca de mensagens.

A solicitação foi feita depois que o Ministério recebeu uma denúncia, via e-mail, indicando que uma pessoa, com DDD do estado da Bahia, estaria divulgando o número do documento de Haddad em grupos.

Além disso, o usuário pedia para que as pessoas do grupo indicassem o CPF do ministro em notas fiscais.

A ideia seria indicar um falso gasto pessoal do chefe da Fazenda, para que ele entrasse na mira da Receita Federal.

A CNN apurou que os três pedidos ainda não se tornaram inquéritos, como solicitados.

A Corregedoria da PF, responsável por receber os pedidos, está analisando, um a um, para saber se, de fato, são possíveis crimes de atribuição da Polícia Federal. Após a triagem inicial, vai instaurar inquérito e encaminhar às diretorias especializadas – ou então remeter a solicitação.

Este conteúdo foi originalmente publicado em PF analisa três pedidos de inquéritos enviados pelo Ministério da Fazenda no site CNN Brasil.

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