Diretor de Emilia Pérez evita rivalidade com ‘Ainda Estou Aqui’ e Walter Salles

Um dos roteiros mais comentados de 2024, “Emilia Pérez” chega aos cinemas brasileiros em 7 de fevereiro. Inspirado no romance “Ecoute”, de Boris Razon, o filme acompanha a advogada Rita (Zoe Saldaña) em sua jornada para ajudar o líder de um cartel mexicano Manitas (Karla Sofía Gascón) a conseguir realizar sua cirurgia de redesignação sexual para afirmar seu verdadeiro gênero e ser a mulher que sempre sonhou. 

Ambientado no México, o longa ainda traz nomes conhecidos para o elenco, como a cantora Selena Gomez (“Os Feiticeiros de Waverly Place” e “Only Murders in the Building”) e Édgar Ramírez (“Caçados de Emoção: Além do Limite” e “Carlos”).

Considerado um dos grandes rivais de “Ainda Estou Aqui” para “Melhor Filme Estrangeiro” na corrida ao Oscar 2025,  “Emilia Pérez” também vem gerando grandes polêmicas por conta da nacionalidade das atrizes principais: Gascón, é espanhola, enquanto Zoe Saldaña e Selena Gomez, são americanas, e também por conter músicas “pouco elaboradas”.

Em passagem pelo Brasil para divulgação do filme, o diretor da produção, Jacques Audiard, disse ao site IstoÉ Gente que não sente nenhuma competição com o longa brasileiro em relação a disputa pela estatueta de ouro. “Eu gosto do cinema do Walter”, começou. “Não sinto nenhuma rivalidade. Inclusive, não sei como dizer, mas não somos nós que decidimos [quem ganha]. Eu desejo o melhor para ele”.

Diretor de Emilia Pérez evita rivalidade com 'Ainda Estou Aqui' e Walter Salles

French director, author of the ‘Emilia Perez’ movie, Jacques Audiard gestures as he speaks during an interview with AFP in Bogota on January 18, 2025

Jacques revelou que inicialmente não tinha nenhuma expectativa para “Emilia Pérez”e que não é ele quem define a recepção ao longa nos cinemas mundiais. “Quando eu faço um filme, eu não sei o que vai dar. O público que vai reagir. Quando eu coloco um filme que vai para Cannes, é a primeira projeção que vai me mostrar como é o filme”.

Produção do filme

Inspirado em um personagem sem continuidade do romance ‘‘Ecoute’’, de Boris Razon, o diretor confessou que resolveu dar segmento na história em forma de filme. O livro retratada um narcotraficante que busca ajuda de um advogado, o que de certa forma, continua o mesmo no filme, apenas com os personagens agora figuras femininas, o que segundo ele “muda tudo”.

Um musical, que dividiu a opinião pública, foi a escolha perfeita para tratar temas tão sensíveis, como a questão de gênero, racismo, e até a sequestros, afirma o francês. “Era preciso colocar canto, porque a música é mais eficaz em chegar no coração. A ópera tem uma eficácia que as outras obras artísticas não tem.”

Diretor de Emilia Pérez evita rivalidade com 'Ainda Estou Aqui' e Walter Salles

Adriana Paz, Edgar Ramirez, Selena Gomez, Jacques Audiard, Karla Sofia Gascon, and Zoe Saldana, winners of the Best Motion Picture – Musical or Comedy award for “Emilia Perez,” pose at the 82nd Golden Globe Awards in Beverly Hills, California, U.S.

Outro ponto bastante criticado, a escolha dos atores para dar vida aos personagens foi escolhido com base em duas coisas coisas: saber dançar e cantar. “Eu comecei com um orçamento baixo e depois vi o custo aumentar, e aumentar e precisei contratar atriz que tivessem o valor comercial mais alto, além do talento delas”, explicou.

“Nas primeiras versões dos roteiros, as mulheres não tinham a idade certa. A Rita tinha 25, Manitas tinha 30, Epifania 17 e a Jessi, 22. Quando conheci a Karla Sofía, percebi que estava totalmente enganado. As mulheres precisavam ter entre 40 e 50 anos, principalmente para as heroínas. Isso que me guiou”, explicou. “Emilia Pérez é uma história feminina, é isso o que eu queria.”

**Estagiária sob supervisão

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