Prefeita defende estátua de Che Guevara na Itália: ‘Ícone’

CARRARA, 31 JAN (ANSA) – A cidade de Carrara, na região da Toscana, norte da Itália, inaugurou nesta sexta-feira (31) o primeiro monumento em homenagem ao revolucionário latino-americano Che Guevara (1928-1967) no país.   

“Ernesto Che Guevara, com sua vida e sua morte, nos deu um símbolo e um ícone de liberdade e direitos que devem ser perseguidos independentemente de fronteiras”, declarou a prefeita Serena Arrighi durante o lançamento da escultura “El Che”, realizada pelo artista argentino Jorge Romeo.   

A chefe municipal aproveitou a ocasião para rebater críticas da direita sobre a homenagem. “Àqueles que afirmam que isso é uma afronta às vítimas do totalitarismo de direita e de esquerda, eu digo que condenamos veementemente qualquer totalitarismo, qualquer regime, mas salientamos que as afrontas às vítimas são feitas por quem tolera as saudações romanas [gesto usado pelos fascistas] e permite que torturadores voltem livres para casa em um voo de Estado”, disse Arrighi.   

A declaração faz referência à prisão e à posterior libertação do comandante líbio Osama Almasri Njeem, alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra e contra a humanidade e deportado a seu país em um avião oficial italiano.   

Uma das críticas ao monumento a Che foi feita pelo deputado toscano Andrea Barabotti, do partido de direita Liga, que chamou a inauguração de “desconcertante”. “Mais grave ainda é que Arrighi quis dar aula de democracia, se esquecendo que Che Guevara foi um instrumento da ditadura comunista de Fidel Castro, responsável por inúmeras execuções, repressões políticas e violações sistemáticas dos direitos humanos”, afirmou.   

O monumento “El Che”, feito em mármore branco de Carrara, tem 2,15 metros de altura e traz no topo, em ferro, a imagem do rosto do revolucionário eternizada pelo fotógrafo Alberto Korda.   

Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como “Che Guevara”, nasceu na Argentina, mas tornou-se um nome fundamental na Revolução Cubana que derrubou o ditador Fulgencio Batista. Após deixar Havana, ele foi capturado e executado na Bolívia. (ANSA).   

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