Moedas globais: dólar recua ante maioria das moedas, com discussões por disputas comerciais

O dólar operou em queda nesta terça, 4, ante a maioria das moedas, com grande atenção aos desdobramentos dos conflitos comerciais desencadeados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O acordo com o Canadá para a suspensão das tarifas, assim como foi feito com o México aliviou parte dos temores com uma escalada para uma guerra comercial. Por sua vez, depois que foi negado que o republicano conversaria com o líder Xi Jinping sobre o tema hoje, algo que havia sido confirmado pela Casa Branca, certos ativos foram mais pressionados, com destaque para o peso mexicano.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis principais moedas, fechou em queda de 0,89%, a 107,96 pontos. Ao final do dia em Nova York, o dólar era cotado em queda a 154,31 ienes. A libra esterlina avançava a US$ 1,2485. O euro subia a US$ 1,0385. A moeda americana tinha alta a 20,5155 pesos mexicanos e caia a 1,4318 dólar canadenses.

Para o Société Générale, a tendência de alta da volatilidade deverá continuar pelo menos durante a primavera do Hemisfério Norte, uma vez que as ameaças tarifárias estão agora evoluindo no sentido de preocupações com a escalada da guerra cambial. No início, Trump sugeriu que as tarifas sobre a China eram improváveis, depois anunciou tarifas imediatas sobre os três principais parceiros comerciais dos EUA neste fim de semana e, mais recentemente, adiou as tarifas sobre o Canadá e o México por um mês. “Estes anúncios contraditórios podem ser táticas de negociação comercial, mas estão aumentando significativamente a incerteza global e a volatilidade do dólar”, avalia.

“As métricas de risco de cauda do euro na comparação com o dólar são atualmente as mais elevadas dos últimos dois anos, mas ainda estão longe dos máximos de 2022, deixando espaço para mais tensões de volatilidade num cenário em que o protecionismo dos EUA envolveria ainda mais ganhos do dólar”, avalia o banco. Sobre a libra, até o momento a moeda vem sendo menos afetada pelas perspectivas de tarifas, mas a semana conta com decisão do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), quando o ING espera um corte de juros de 25 pontos-base, que pode pressionar o ativo.

Já o presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou que os controles cambiais no país, conhecidos localmente como “cepo”, serão eliminados a partir do próximo ano. Ele também indicou que, caso o país receba um desembolso do Fundo Monetário Internacional (FMI) adequado às suas necessidades financeiras, a “saída do cepo cambiário” poderá ocorrer ainda em 2025.

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