Brasil repudia tratamento dado a Milton Nascimento no Grammy

SÃO PAULO, 5 FEV (ANSA) – O Ministério da Cultura (MinC) manifestou “repúdio” pelo tratamento dado ao cantor, compositor e multi-instrumentista Milton Nascimento na cerimônia do Grammy 2025, cuja organização posicionou o artista “em um local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas”.   

“A decisão da Academia demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira”, afirmou o MinC em comunicado.   

Os responsáveis pela cerimônia do Grammy, ocorrida no domingo (2) em Los Angeles, nos Estados Unidos, não disponibilizaram um lugar a Milton nas mesas principais da premiação, colocando-o nas arquibancadas.   

O artista brasileiro e a cantora americana Esperanza Spalding foram convidados ao evento e concorriam com o álbum “Milton + Esperanza”. No entanto apenas Spalding tinha lugar reservado nas mesas destinadas aos grandes convidados.   

A americana chegou a publicar uma imagem em suas redes sociais durante a cerimônia com um cartaz que dizia “Milton deveria estar sentado ali”.   

Antes do posicionamento do ministério, a equipe do cantor brasileiro divulgou uma nota de esclarecimento sobre o caso; “Um dia antes, quando observamos os convites, constatamos que a Academia havia destinado um lugar para Esperanza, artista com quem Milton divide o disco indicado, nas mesas, entre os artistas principais ali presentes, enquanto destinaram para a lenda brasileira um lugar na arquibancada, desconsiderando não só toda a sua trajetória e prestígio em todo o mundo, como a sua idade avançada e a impossibilidade de subir ou descer escadas”, diz o comunicado, acrescentando que “ficariam nas mesas apenas os artistas que eles queriam no vídeo”.   

“Tendo em vista a carreira vitoriosa, o reconhecimento e o respeito conquistado pelo genial artista brasileiro, optamos pela ausência dele na cerimônia principal”, justifica a nota.   

Aos 82 anos, Milton Nascimento é um dos maiores artistas da música brasileira. Ele lançou 34 álbuns e foi premiado diversas vezes no Brasil e no exterior, tendo sido contemplado com cinco estatuetas do Grammy. (ANSA).   

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