Brasil tem 10 mortes por acidentes aéreos em 2025; número faz medo de voar crescer

A queda de um avião de pequeno porte em uma avenida movimentada da cidade de São Paulo, na sexta-feira, 7, foi o 22º acidente aéreo registrado no Brasil em 2025. As duas vítimas fatais da tragédia, piloto e proprietário da aeronave, se somaram a outras oito mortes causadas por episódios do tipo no país neste ano, conforme dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

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O cenário provocou um aumento nos casos de aerofobia no consultório de Luciana Inocêncio, psicóloga especializada em transtornos graves das psicoses pelo Colégio de Psicoanalísis de Madri. Para ela, a frequência de acidentes cria gatilhos e intensifica a busca de ajuda médica, visto que o medo de voar faz com que as pessoas percam compromissos pessoais e profissionais.

“A natureza inesperada e catastrófica deste tipo de evento desencadeia um sem-número de reações emocionais. Seja o sujeito vítima ou não, ele pode desenvolver aerofobia. Se a angústia for muito intensa, a pessoa chega ao ponto de acreditar que estará no próximo acidente”, afirmou Inocêncio.

Um estudo realizado pela Cleveland Clinic, centro médico sediado em Ohio, nos Estados Unidos, mostrou que 25 milhões de pessoas enfrentam o medo de voar no país, incidência que afeta mesmo aqueles que não usam o transporte aéreo. “O pouco espaço de tempo entre um desastre e outro pode desencadear o que chamamos de ‘ansiedade antecipatória’. Pessoas que precisam viajar de avião, a passeio ou a trabalho, apresentam sintomas muito antes do horário do embarque, como insônia, sudorese e crises de pânico”, concluiu a psicóloga.

No exemplo mais recente, um Beechcraft King Air F90 decolou do aeroporto do Campo de Marte e, minutos depois, caiu e explodiu após uma tentativa de pouso forçado na avenida Marquês de São Vicente, localizada na zona oeste da capital paulista. Além das duas mortes, sete pessoas que estavam no solo ficaram feridas e um ônibus foi atingido.

Ainda neste ano, ganharam repercussão a queda de uma pequena aeronave em Ubatuba, no litoral de São Paulo, que vitimou uma pessoa e deixou outras cinco feridas, e a colisão entre um helicóptero militar e um avião comercial em Washington, nos EUA, com 63 mortos.

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