Oposição israelense acusa o governo de ‘enterrar’ qualquer investigação sobre 7 de outubro

A oposição israelense acusou o governo, nesta segunda-feira (10), de “enterrar” a formação de uma comissão de investigação do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, um pedido que o Executivo já havia se recusado a atender.

O ataque do movimento islamista palestino no sul de Israel desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

“O governo fez o possível ontem para enterrar esta comissão”, disse o líder da oposição no Parlamento Yair Lapid.

“Eles não querem que saibamos que o primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] viu as recomendações dos serviços de inteligência e não se importou, não querem que lembremos de que sua política era fortalecer o Hamas”, acrescentou.

O ataque do Hamas matou 1.210 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses, que incluem reféns mortos em cativeiro. Os milicianos islamistas sequestraram 251 pessoas naquele dia.

Juntamente com algumas ONGs, as famílias dos reféns pedem a criação de uma comissão nacional de investigação do ataque.

Em 11 de setembro, a Suprema Corte determinou que o governo deveria se reunir em 60 dias para decidir se criariam o órgão. Autoridades se reuniram no domingo para discutir o tema, sem chegar a uma conclusão.

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de extrema direita, disse nesta segunda-feira que é a favor de “investigar” o que aconteceu em 7 de outubro, mas que preferia não dar nenhuma responsabilidade à Suprema Corte, na qual “não confia”.

“No meio de uma guerra, não é hora de investigar”, acrescentou.

A ofensiva militar israelense deixou pelo menos 48.208 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

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