Servidores do Ibama reagem a pressão de Lula por petróleo

(ANSA) – BRASÍLIA, 13 FEB – A exploração das reservas petrolíferas na Margem Equatorial, especialmente na área amazônica, gerou uma nova polêmica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva (Rede Sustentabilidade).   

Após Lula questionar a suposta demora do Ibama em emitir um parecer que autorize a Petrobras a explorar petróleo na região, funcionários do órgão divulgaram uma nota classificando como “inadmissível qualquer pressão política que busque interferir no trabalho técnico, especialmente quando se trata de uma decisão que pode resultar em impactos ambientais irreversíveis”.   

O governo e a Petrobras demonstram interesse na exploração da Margem Equatorial, que se estende pela costa e abrange os estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Estudos indicam que a região pode conter reservas de até 30 bilhões de barris de petróleo e gás.   

A nota da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) destaca que a “análise técnica de grandes projetos submetidos ao licenciamento ambiental, em áreas socioambientalmente sensíveis, exige dedicação e tempo, assegurando que os impactos previstos sejam evitados ou mitigados”.   

O documento foi divulgado na tarde de quarta-feira (12), horas após as críticas feitas por Lula em entrevista a uma rádio do Amapá. O estado abriga, na foz do rio Amazonas, algumas das maiores reservas potenciais de petróleo do país.   

A polêmica deve se intensificar nos próximos meses, especialmente com a aproximação da COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém, no Pará.   

Nesta quinta-feira (13), Lula visita Macapá, capital do Amapá, e, na sexta (14), desembarca em Belém, onde acompanhará o andamento das obras preparatórias para a cúpula climática.   

(ANSA).   

Adicionar aos favoritos o Link permanente.