Panamá recebe primeiro voo com migrantes de vários países deportados pelos EUA

O primeiro avião militar com 119 migrantes de diversas nacionalidades enviados pelos Estados Unidos para serem repatriados chegou ao Panamá, anunciou nesta quinta-feira (13) o presidente José Raúl Mulino, que ofereceu seu país como “ponte” em meio à crise com Washington sobre o canal.

“Ontem (quarta-feira), um voo da Força Aérea dos Estados Unidos chegou ao aeroporto de Howard (a oeste da capital) com 119 pessoas das mais diversas nacionalidades do mundo. Eles vêm dos Estados Unidos, fazendo uma ponte com o Panamá”, disse Mulino em uma coletiva de imprensa.

Mulino explicou que os migrantes foram levados para hotéis – que ele não especificou – e depois enviados para um abrigo na província de Darién, na selva, na fronteira com a Colômbia, onde há uma pista de pouso que será usada para voos de repatriação.

“Esperamos poder tirá-los de lá o mais rápido possível por meio de voos dos Estados Unidos. Essa é mais uma contribuição que o Panamá está fazendo para a questão da migração”, acrescentou.

O mandatário apontou que os migrantes são cidadãos da China, Paquistão, Afeganistão e outros países, e deu a entender que em breve chegarão dois voos adicionais para alcançar um total de 360 expulsos.

Mulino ofereceu no início de fevereiro, durante a visita ao Panamá do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, a pista de Metetí, no Darién, para as deportações.

A viagem de Rubio ocorreu em meio às ameaças de Donald Trump de “recuperar” o canal para afastar a “influência chinesa”.

Washington já tinha um acordo anterior com o Panamá para financiar os voos de deportação dos migrantes que chegam ao país centro-americano após cruzarem a inóspita selva do Darién.

No caso dos migrantes venezuelanos, o governo panamenho está “testando possibilidades” para enviá-los à cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, afirmou Mulino.

Caracas não permite voos oriundos do Panamá depois que o governo deste país não reconheceu a controversa vitória do presidente Nicolás Maduro nas últimas eleições.

“O envio para a Venezuela não é viável a partir do Panamá, nós não temos nenhum contato com o governo da Venezuela”, declarou Mulino.

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