Israel esvazia três campos de refugiados palestinos na Cisjordânia e proíbe retorno

Israel anunciou, neste domingo (23), que seu exército evacuou três campos de refugiados palestinos no norte da Cisjordânia ocupada, onde as tropas israelenses realizam uma grande operação militar há um mês, e que os soldados receberam ordens para não permitir o retorno dos moradores.

A operação, batizada de “Muro de Ferro”, foi lançada em 21 de janeiro, 48 horas depois de um frágil cessar-fogo entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas ter entrado em vigor na Faixa de Gaza.

“Quarenta mil palestinos já foram retirados dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarem e Nur Shams, e esses campos agora estão vazios”, declarou o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, em um comunicado.

“Dei instruções (aos soldados) para que se preparem para uma permanência prolongada nos campos evacuados durante o próximo ano, e para que não permitam o retorno de seus habitantes nem o ressurgimento do terrorismo”, acrescentou.

A operação já deixou, segundo a ONU, ao menos 40 mortos e 40.000 deslocados no norte da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.

O exército também anunciou neste domingo a ampliação de suas operações no norte deste território palestino, incluindo o deslocamento de uma divisão de tanques para a cidade de Jenin.

Esta é a primeira vez que tanques são enviados para a Cisjordânia desde o fim da segunda intifada, o levante palestino entre 2000-2005.

O anúncio ocorre dois dias depois de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fazer uma visita inédita às tropas israelenses que operam no campo de refugiados de Tulkarem.

O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina qualificou a visita de “ataque” e “agressão”.

A violência aumentou na Cisjordânia desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Pelo menos 900 palestinos morreram nas mãos de soldados ou colonos israelenses desde então, segundo números do Ministério da Saúde palestino.

Pelo menos 32 israelenses, incluindo soldados, morreram em ataques palestinos ou durante operações militares de Israel no mesmo período, segundo dados oficiais israelenses.

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