Pesquisa avalia relação entre covid longa e doenças neurodegenerativas

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Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) demonstraram, em cerca de 150 pacientes, a evolução dos sintomas neurológicos de longo prazo da covid, como: perda de memória, problemas no olfato e transtornos do sono, sintomas da chamada covid longa. Agora, essa equipe realiza uma parceria com a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para aprofundar a pesquisa com mais pacientes e investigar uma possível relação entre a covid e o aparecimento de doenças de longo prazo.

Desde 2023, os pesquisadores do Ceará entraram em uma nova fase, com exames de ressonância magnética, avaliação neuropsicológica e a busca de biomarcadores para doenças neurodegenerativas, conforme explica o professor Manoel Sobreira, da Faculdade de Medicina, da UFC.

“A gente começa a realizar exames nos pacientes que a gente já tinha anteriormente avaliado. A gente começa a fazer exame de polissonografia, que é um exame em que você verifica várias variáveis biológicas durante o sono. A gente verifica atividade elétrica cerebral, verifica a parte respiratória, verifica o eletrocardiograma, a movimentação dos membros, um exame que é filmado e é gravado ao mesmo tempo.”

Os estudos identificaram pacientes com covid longa que haviam perdido a capacidade do cérebro “desligar” os movimentos musculares durante o sono e que interagiam com os sonhos, de uma forma incomum. Isso pode estar relacionado a doenças como Parkinson ou um tipo específico de demência, explica o professor, que passou seis meses nos EUA trabalhando com o protocolo adotado pela universidade norte-americana.

“O indivíduo sonha, participa do sonho e se movimenta como se estivesse sonhando. Essas doenças, estão relacionadas a médio e longo prazo, com doenças que a gente chama de neurodegenerativas, no caso, por exemplo, a doença de Parkinson, que é uma doença bastante comum. Então a gente está verificando se essas alterações na estrutura do sono acontecem no covid longo e se por ventura – se por acaso acontecer, a gente ainda não tem essa resposta, tem que achar muito claro isso -, se elas vão se correlacionar em médio e longo prazo com essas doenças de neurodegenerativas”.

O trabalho em conjunto nas duas universidades permite comparar populações de diferentes classes sociais e perfis, nos dois países. Segundo o professor Manoel Sobreira, a troca de informações é essencial, já que a pesquisa clínica pede respostas rápidas, mas deve ser conduzida com cuidado, principalmente para compreender as consequências à longo prazo de uma doença tão recente como a covid-19.

 

São Paulo (SP), 02/05/2023 - Aplicação da vacina bivalente contra a covid-19 no posto móvel de vacinação da Unidade Básica de Saúde - UBS República na galeria subterrânea da praça do Patriarca. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

© Rovena Rosa/Agência Brasil

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