Dólar opera em alta moderada com temor do mercado por cenário fiscal

O dólar registrou alta firme no início dos negócios desta terça-feira, 25, mas reduziu o ritmo e mantém alta moderada, depois de ter registrado máximas acima dos R$ 5,81, o que não ocorria desde o último dia 10. Para Jefferson Laatus, estrategista do Grupo Laatus, assim como ocorreu na tarde da segunda-feira, a alta da moeda norte-americana reflete no dia seguinte essencialmente o temor dos investidores com o quadro fiscal doméstico.

“O governo perde popularidade e perde poder de articulação política. E para se recuperar nesses dois aspectos, acaba por adotar medidas que custam dinheiro e agravam a situação fiscal”, resume o profissional.

Entre outros pontos, ecoa nas mesas de negociações o pronunciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira à noite para falar de programas sociais, como o Pé de Meia, além da liberação de recursos retidos do FGTS para os trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário.

Embora os recursos não sejam da União, a liberação dos valores teria, na avaliação de analistas do mercado financeiro, impacto fiscal indireto, por estimular a inflação e a alta dos juros, que por sua vez encarece a dívida pública.

De acordo com Laatus, também à medida que o governo Trump vai adotando medidas visando o aquecimento da economia norte-americana, investidores estrangeiros passam a considerar a migração de recursos para a segurança dos ativos dos EUA, o que fortalece o dólar ante o real.

Às 10h38, o dólar à vista era cotado a R$ 5,7870, em alta de 0,54%. Na máxima do dia, o spot chegou a ser negociado a R$ 5,8140. No mercado futuro, o dólar para liquidação em março avançava 0,32%, aos R$ 5,7915.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.