Doleira Nelma Kodama, que cantou ‘Amada amante’ em CPI, quer anular Lava Jato no STF

Uma das personagens mais folclóricas da Lava Jato, recentemente retratada em um documentário da Netflix, acaba de entrar na fila do STF para botar abaixo todos os atos da operação contra si: a doleira Nelma Kodama.

Com base em mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato entre si e entre o ex-procurador Deltan Dallagnol e Sergio Moro, os advogados de Nelma alegam que ela foi alvo de um conluio e de processos parciais. A doleira foi condenada a 18 anos de prisão pelo ex-juiz.

Nos chats a que a defesa dela teve acesso, acessados por um hacker e apreendidos pela Polícia Federal na Operação Spoofing, em 2019, os membros da força-tarefa da Lava Jato, Dallagnol e Moro tratavam sobretudo da delação da doleira. As mensagens mostram o então juiz cobrando e orientando o então procurador sobre a formalização do acordo, o primeiro fechado na Lava Jato.

Alegações semelhantes às de Nelma Kodama têm sido acolhidas por Dias Toffoli ao anular todos os atos da Lava Jato contra figuras como Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e Antonio Palocci. Gilmar Mendes julgou Moro suspeito contra José Dirceu e aplicou a ele o mesmo benefício.

Nelma é a protagonista do documentário “A doleira”, de João Wainer, que estreou na Netflix em junho de 2024. Além de ter sido a primeira delatora da Lava Jato, ela se notabilizou por ter cantado o refrão da música “Amada amante”, de Roberto Carlos, em plena CPI da Petrobras, em 2015, ao descrever a sua relação com o doleiro Alberto Youssef.

Em abril de 2022, a doleira voltou a ser presa, em Lisboa, sob suspeita de participar de uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína. Nelma Kodama foi solta em junho de 2023.

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