Primeira ursa polar nascida no Aquário de SP finalmente sai da toca

A bebê urso polar Nur, nascida no Aquário de São Paulo em novembro de 2024, saiu da toca de maternidade e pode ser vista pelo público a partir desta quinta-feira, 27. Recentemente, a ursa viu a neve pela primeira vez, junto de sua mãe, Aurora, que veio da Rússia e vive no Aquário desde 2015.

Nur é o primeiro urso polar a nascer na América do Sul e motivo de esperança pela conservação da espécie, ameaçada de extinção por conta das mudanças climáticas. Não à toa, o nome escolhido para a filhote significa “luz” em árabe.

“Os zoológicos e os aquários têm um papel fundamental na conservação de espécies, com uma população de segurança, para a manutenção de um banco genético”, diz Laura Reisfeld, veterinária chefe do Aquário de São Paulo.

“Além disso, quando a gente traz um animal tão carismático, tão fofo quanto o urso polar, você consegue passar a mensagem para que as pessoas pensem sobre a preservação do meio ambiente, na preservação desses animais”, afirma Laura.

Por ter nascido em cativeiro, assim como sua mãe e seu pai, o também russo Peregrino, a urso polar brasileira não pode viver na natureza, junto de outros de sua espécie. No Aquário, ela ficará a partir de agora em um recinto climatizado, com gelo, só para ela e a mamãe, Aurora.

“Assim como acontece na natureza, ela não vai ter contato com o pai. Nós tentamos reproduzir ao máximo as condições e características naturais”, diz Laura. De acordo com a especialista, ursos polares geralmente não têm contato com o pai e se desprendem da mãe a partir do momento em que param de amamentar, por volta dos dois anos de idade.

Desde que engravidou, Aurora naturalmente se afastou do macho e, prestes a parir, entrou na toca montada pelo Aquário, de onde não saiu até Nur nascer e começar a andar. Peregrino está hoje em um recinto ao lado da mãe e da filha, sem contato visual com elas. Os três animais estão visíveis ao público.

A gravidez de Aurora e os próximos passos

De acordo com Laura, o objetivo da vinda de Peregrino e Aurora ao Brasil, em 2015, era reproduzi-los no Aquário de São Paulo e realizar pesquisas sobre reprodução de ursos polares. “Mas a gente sempre deu o tempo deles, até eles atingirem maturidade sexual, peso”, explica.

Em maio de 2024, a equipe do Aquário capturou pela primeira vez um momento de cópula entre Aurora e Peregrino e passou a monitorar uma suposta gravidez por meio do comportamento da fêmea. “Ela começou a dormir mais, se isolar, até que chegou um momento que parou de se alimentar para ficar só dentro da toca, algo comum quando estão grávidas”, diz Laura.

Ao contrário de outros animais, os ursos polares nem sempre podem ter uma gestação detectada por exame de sangue ou urina. E por conta da grossa camada de gordura na barriga, também não é possível descobrir gravidez por ultrassom.

A veterinária conta que Aurora ficou cerca de um mês dentro da toca, sozinha, até Nur nascer, em 17 de novembro. Aos três meses de vida, a filhote segue os passos da mãe e está se desenvolvendo de forma saudável, conforme a equipe do Aquário.

“Não sabemos ainda o que vai acontecer depois que Aurora voltar a conviver com Peregrino. Mas pode ser que eles copulem novamente, porque depois que a fêmea aprende todo esse cuidado com o filhote, a chance disso acontecer outras vezes acaba sendo maior”, explica Laura.

A expectativa de vida de ursos polares é de 25 anos na natureza, mas em cativeiro podem ultrapassar os 30. Aurora e Peregrino têm 15 e 16 anos, respectivamente.

Como ver a Nur?

Onde: O Aquário de São Paulo fica na Rua Huet Bacelar, 407, no Ipiranga, zona sul da capital.

Quando: De segunda a domingo das 9h às 17h.

Quanto: o ingresso do Aquário de São Paulo custa R$ 150 para o público geral e R$ 120 para crianças de 2 a 12 anos. Idosos, professores e pessoas com deficiência pagam R$ 100. Além dos ursos polares, é possível ver outros animais aquáticos, como focas e leões-marinhos, e também terrestres, como cangurus e coalas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.