Governo mira o agro: mais impostos e restrições à vista

O agronegócio brasileiro está na mira dos governos para pagar mais impostos e até sofrer restrições na exportação. No Governo Federal, está em discussão a ideia de limitar exportações de produtos do agro com cotas e até taxação. A justificativa? Tentar aumentar a oferta interna de alimentos e reduzir preços. Algumas alas do governo Lula acham que isso pode dar certo. Mas, na prática, vai dar muito errado. A proposta desestimula a produção, afasta investimentos e tira a competição do agronegócio, sufocando o setor. Fontes em Brasília dizem que a taxa para exportação está dividindo ministros dentro do governo.

Nos estados, a canetada já virou cobrança. No Maranhão, desde o dia 23, toda exportação de soja, milho, sorgo e milheto feita pelo estado está sendo taxada em 1,8% a tonelada. O governo diz que o dinheiro vai para um fundo de infraestrutura, mas o agro já reagiu. A Abiove, por exemplo, já entrou na Justiça contra a medida. A Aprosoja Brasil alega que a taxa é inconstitucional e vai tirar R$ 600 milhões do setor.

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

WhatsApp

Já o Pará seguiu um caminho diferente. Após forte pressão do setor agro, o governo decidiu revogar antes mesmo de entrar em vigor a taxa sobre exportação do agro. A ideia era arrecadar via Fundo de Desenvolvimento Econômico, mas a reação foi tão negativa que o projeto foi engavetado. Agora, um novo projeto de lei será enviado à assembleia do estado para extinguir oficialmente a cobrança.

O cenário é claro: o agro está na mira. Seja no governo federal ou nos estados, novas taxas e restrições de exportações ameaçam um setor que sustenta boa parte da economia do país. Enquanto o governo busca mais dinheiro, o produtor vê sua competitividade indo pelo ralo.

Leia também

Plano Safra: suspensão gera crise entre Lula e o agro

Brasileiros reconhecem o agro como força econômica