Zelensky diz que não precisa se desculpar com Trump

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse à Fox News que não sente necessidade de pedir desculpas ao presidente dos EUA, Donald Trump, após uma discussão acalorada na Casa Branca nesta sexta-feira (28).

“Não, eu respeito o presidente, e eu respeito os americanos, e acho que temos que ser muito abertos e muito honestos e eu não tenho certeza de que fizemos algo ruim,” disse Zelensky. “Eu acho que temos que discutir algumas coisas fora da mídia com todo o respeito à democracia e à mídia livre”, afirmou.

O bate-boca entre os chefes de Estado ocorreu após críticas feitas por Zelensky à postura dos governos dos Estados Unidos diante das ações russas para anexação de territórios ucranianos, entre 2014 e 2022.

Trump se irritou e disse que o ucraniano estava apostando em milhões de vidas e na 3ª Guerra Mundial – e repetiu que Zelensky não tem cartas para negociação. Em seguida, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, afirmou que a postura de Zelensky era ingrato. “Quantas vezes você disse ‘obrigado’ nessa reunião?”, perguntou.

A cena causou espanto ao redor do mundo. Jornalistas que cobrem a Casa Branca há anos disseram nunca ter visto algo parecido, já que ao menos na porção televisionada desse tipo de encontro as autoridades costumam manter a compostura –mesmo que as reuniões a portas fechadas sejam duras.

Após a discussão, os chefes de Estado não assinaram um acordo que previa a exploração norte-americana de minerais em solo ucraniano.

Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país que é forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Zelensky diz que não precisa se desculpar com Trump no site CNN Brasil.

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