Oscar 2025: os tropeços dos principais títulos na corrida de Melhor Filme

A corrida pelo Oscar de Melhor Filme em 2025 tem se desenrolado como uma verdadeira novela, marcada por reviravoltas, surpresas e polêmicas envolvendo alguns dos principais indicados.

Embora algumas produções tenham começado a disputa com boas perspectivas, essa impressão não durou por muito tempo. De decisões controversas nos bastidores a mudanças no cenário das premiações, a trajetória desses filmes mostrou que nem sempre um primeiro favoritismo garante sucesso na reta final.

A seguir, relembramos os principais tropeços — e também os momentos de sucesso — e como esses altos e baixos podem impactar a grande noite do Oscar. Saiba como será a cobertura na CNN.

O Brutalista

“O Brutalista” iniciou a temporada de premiações como o grande favorito a ser derrotado. No primeiro grande evento do circuito, o Globo de Ouro, o filme deu o pontapé inicial na corrida pelo Oscar com múltiplas vitórias, incluindo Melhor Filme – Drama e Melhor Ator.

No entanto, de forma surpreendente, a produção começou a perder força em premiações que pareciam garantidas, como o Sindicato dos Diretores. Coincidentemente, essa queda ocorreu após a revelação de que a equipe teria utilizado inteligência artificial para ajustar o sotaque dos protagonistas, Felicity Jones e Adrien Brody — este último, até então, o grande favorito ao Oscar de Melhor Ator.

Nesta reta final, no entanto, o filme conseguiu conquistar vitórias importantes, incluindo Melhor Ator e Melhor Diretor no Bafta. Agora, resta saber se a polêmica envolvendo o uso de inteligência artificial será o calcanhar de Aquiles da produção sobre um arquiteto fugindo da guerra.

As chances de “O Brutalista” ainda são altas para múltiplas vitórias, mas já não ostentam o favoritismo absoluto de antes.

Emilia Pérez

Talvez o grande azarado da temporada, a produção de Jacques Audiard viu suas chances de conquistar os principais prêmios naufragarem após o ressurgimento de uma série de tweets com opiniões controversas de sua estrela, Karla Sofía Gascon.

Até então, o filme estava sendo impulsionado por uma forte campanha da Netflix, com uma divulgação pesada, o que o fez se tornar o mais indicado da história do Globo de Ouro e o segundo mais indicado da história do Oscar. No entanto, diante dos problemas, Sofía Gascon foi removida da campanha de última hora, a fim de desvincular sua imagem do filme.

Desde então, os principais especialistas em premiações abandonaram o longa em diversas categorias nas quais ele figurava como favorito.

Anora

A trajetória de “Anora” na corrida por prêmios tem sido marcada por altos e baixos. Inicialmente, o filme foi apontado como o grande favorito após vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024.

No entanto, não demorou muito para que a produção se envolvesse em algumas controvérsias. Quando Mikey Madison, a estrela do filme, revelou que o diretor Sean Baker optou por não contar com um coordenador de intimidade nas cenas de sexo de “Anora”, a situação gerou repercussão negativa.

Esse episódio parecia prejudicar a candidatura do filme, que saiu zerado do Globo de Ouro e chegou aos prêmios seguintes sem muito apoio.

Entretanto, a Neon, distribuidora do longa, tem feito um excelente trabalho de divulgação do filme para a temporada de prêmios. A mesma companhia que levou “Parasita” ao topo do Oscar em 2020 tem se concentrado em campanhas voltadas para executivos de estúdios, diretores e outros nomes influentes da indústria.

Como resultado, “Anora” conquistou alguns dos prêmios mais importantes da temporada, como os do Sindicato dos Produtores (PGA) e dos Diretores (DGA). Agora, resta saber se a produção sobre uma cinderela moderna será capaz de conquistar votos suficientes dos eleitores.

Tudo indica que este é o filme com mais chances na reta final.

Ainda Estou Aqui

Por fim, “Ainda Estou Aqui” surge como a grande esperança do Brasil de finalmente conquistar o maior prêmio do cinema. No entanto, sua trajetória na temporada de premiações não foi isenta de desafios.

Apesar de sempre ter sido bem recebido pela crítica e de ter vencido um prêmio no Festival de Veneza, o filme começou de forma discreta na disputa. Muitos lamentaram a falta de reconhecimento da produção em algumas premiações, especialmente a ausência de indicações para a atuação de Fernanda Torres.

No entanto, mesmo com essa aparente falta de reconhecimento inicial, o filme surpreendeu. Desde a vitória histórica de Fernanda Torres no Globo de Ouro, a indústria voltou seus olhos para a produção.

Com a estreia nos Estados Unidos, “Ainda Estou Aqui” rapidamente ganhou força, conquistando uma indicação histórica e surpreendente ao Oscar na categoria de Melhor Filme.

Embora tenham surgido polêmicas sobre um episódio antigo de Fernanda Torres no Fantástico, no qual foi acusada de fazer blackface, essa controvérsia logo perdeu força. A Sony Pictures Classics trabalhou estrategicamente para consolidar o filme como “a produção imperdível” da temporada, garantindo sua relevância na reta final da disputa.

Com isso, “Ainda Estou Aqui” agora tem uma grande chance de encerrar a temporada trazer, pela primeira vez, um Oscar para o Brasil.

A 97ª cerimônia do Oscar acontece no próximo domingo (2), no Dolby Theatre, em Hollywood, com transmissão ao vivo no Brasil pela TV Globo, TNT e Max, a partir das 21h (horário de Brasília). Confira a lista completa de indicados deste ano.

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