Fuligem das queimadas na Amazônia acelera derretimento das geleiras antárticas

Um estudo recente publicado na revista Science Advances revela que a fuligem proveniente das queimadas na Amazônia tem um impacto significativo no derretimento das geleiras da Península Antártica. Anualmente, essas queimadas liberam até 800 mil toneladas de fuligem, um volume que quase duplica as emissões de combustíveis fósseis na Europa. Essa fuligem, ao alcançar a Antártida, aquece a neve e acelera o derretimento do gelo. Na Península Antártica, a perda de gelo é alarmante, com cada metro quadrado perdendo cerca de 150 gramas diariamente. Os níveis atuais de fuligem na região são dez vezes maiores do que os registrados há séculos. Além disso, a fuligem também afeta as geleiras andinas, contribuindo para a redução de até 5% do gelo nas montanhas da Bolívia.

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Outro fator que agrava a situação é o aumento do turismo na Antártida, que triplicou na última década. A atividade turística, com o uso de navios e aviões, tem gerado grandes quantidades de fuligem, intensificando ainda mais o derretimento das geleiras. Esses impactos são preocupantes, pois a fuligem não é a única responsável pela degradação ambiental na região. O derretimento acelerado das geleiras, impulsionado pela fuligem, é uma das principais causas do aumento do nível do mar em todo o mundo. A água resultante do derretimento pode desestabilizar plataformas de gelo na Antártida, levando a um aumento significativo do nível do mar, que pode afetar desproporcionalmente as populações mais vulneráveis, especialmente em países insulares e áreas costeiras. As projeções indicam que, até o ano de 2100, o nível do mar pode subir até 2 metros, impactando cerca de 1 bilhão de pessoas. Para muitos países em desenvolvimento, os custos de adaptação a essa realidade são inviáveis, o que pode agravar ainda mais a desigualdade social e os conflitos em regiões já fragilizadas.

publicado por Patrícia Costa

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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