UE anuncia retaliação contra tarifaço de Trump a aço e alumínio

BRUXELAS, 12 MAR (ANSA) – A União Europeia anunciou nesta quarta-feira (12) tarifas alfandegárias de 25% contra US$ 26 bilhões em importações de produtos dos Estados Unidos.   

A medida é uma retaliação contra o tarifaço de 25% do presidente Donald Trump contra todas as aquisições americanas de aço e alumínio no exterior, que entraram em vigor nesta quarta.   

Segundo a Comissão Europeia, poder Executivo da UE, a medida passará a valer em 1º de abril e estará “plenamente operacional” até o dia 13 do mesmo mês.   

Com isso, Bruxelas não renovará a suspensão da retaliação praticada contra os EUA entre 2018 e 2020, na guerra comercial deflagrada no primeiro governo Trump.   

“Deploramos profundamente as tarifas americanas impostas à Europa. As tarifas são impostos, um mal para empresas e ainda pior para os consumidores”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.   

“Hoje a Europa toma contramedidas fortes, mas proporcionais.   

A UE precisa proteger consumidores e empresas”, acrescentou a alemã, destacando que o bloco “continua aberto para negociar” com a Casa Branca.   

A lista de produtos americanos atingidos inclui perus com mais de 185 gramas, carne bovina desossada, iogurtes e outros derivados de leite, gengibre, curry e produtos de higiene pessoal, como shampoos e pastas de dente, entre outros.   

No entanto a Associação Europeia do Aço (Eurofer) pediu medidas para proteger o setor. “A política ‘América em primeiro lugar’ do presidente Trump ameaça ser o último prego no caixão da indústria siderúrgica europeia. Se o aço desaparecer, o mesmo valerá para a indústria automotiva, a segurança e a defesa europeia. A soberania da Europa está em jogo”, alertou o presidente da entidade, Henrik Adam.   

Já o ministro das Empresas da Itália, Adolfo Urso, cobrou uma “nova política industrial para restituir a competitividade” das companhias locais. “É preciso agir, e não apenas reagir”, salientou.   

O tarifaço de Trump mira o aço e o alumínio do mundo todo, incluindo de grandes parceiros comerciais dos EUA no setor siderúrgico, como Brasil e Canadá. Para este último, o presidente americano chegou a anunciar que cobraria uma taxa de 50%, mas depois recuou e manteve os 25%. (ANSA).   

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