Tênis: jogadores e sindicato denunciam “sistema corrupto” na ATP e WTA

Um grupo de 20 tenistas e um sindicato profissional denunciaram órgãos reguladores de tênis nesta terça-feira (18), com acusações de promover um “sistema corrupto, ilegal e abusivo”. Dentre as entidades citadas, estão a ATP (Associação de Tenistas Profissionais) e WTA (Associação de Tênis Feminino), as principais do esporte.

O sindicato em questão é a Associação de Jogadores de Tênis Profissionais (PTPA), cofundada pelo sérvio Novak Djokovic e pelo canadense Vasek Pospisil. Eles se uniram aos 20 atletas e “iniciaram uma série de ações legais nos Estados Unidos, no Reino Unido e na União Europeia contra os órgãos reguladores do esporte”, como escrito em comunicado.

Além da ATP e da WTA, que administram os circuitos masculino e feminino, respectivamente, a Federação Internacional de Tênis (ITF) e a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) também estão sendo alvo das ações. Para o diretor-executivo da PTPA, Ahmad Nassar, “o tênis está quebrado”.

“Os jogadores estão presos em um sistema injusto que explora seu talento, suprime sua renda e coloca em risco sua saúde e segurança. Esgotamos todas as opções de reforma por meio do diálogo”, afirmou Nassar.

Em comunicado de resposta, a ATP acusou a PTPA de “escolher sistematicamente a divisão e a desinformação”.

“Cinco anos após sua criação, em 2020, a PTPA tem dificuldades para desempenhar um papel significativo no tênis. Sua decisão de iniciar processos judiciais não é, portanto, surpreendente”, diz a nota. “Rejeitamos firmemente as alegações da PTPA e defenderemos vigorosamente nossa posição”, concluiu.

A WTA, por sua vez, chamou o processo de “lamentável” e também prometeu responder “vigorosamente”.

Horas depois, a ITIA emitiu declaração, destacando apenas que está ciente da ação. “Continuaremos recebendo positivamente as oportunidades de intercâmbio com outras partes interessadas em nosso esporte, incluindo jogadores, para aumentar a confiança nos programas antidoping e anticorrupção no tênis”, disse a agência. Até o momento, a ITF não comentou o caso.

Dentre os nomes que aderiram ao processo mundo afora, estão o australiano Nick Kyrgios, a francesa Varvara Gracheva e o americano Reilly Opelka (nos Estados Unidos); e o francês Corentin Moutet e o japonês Taro Daniel (no Reino Unido).

Os denunciantes apontam “um calendário insustentável”, com torneios em disputa 11 meses por ano, e um “desprezo pelos jogadores”, obrigados a “suportar jogos que terminam às três da manhã”. Os tenistas devem “jogar com bolas diferentes de uma semana para outra”, o que leva a lesões crônicas “no pulso, no cotovelo e no ombro”, segundo eles.

Além disso, os jogadores estariam sujeitos a exames antidoping aleatórios no meio da noite e a interrogatórios sem advogado para defendê-los, acrescentam os denunciantes.

“Os jogadores atuais e as próximas gerações merecem algo melhor. Não desistiremos até que haja uma mudança real”, conclui a nota da PTPA.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Tênis: jogadores e sindicato denunciam “sistema corrupto” na ATP e WTA no site CNN Brasil.

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