PALERMO, 23 ABR (ANSA) – “Quando soubemos que o papa Francisco viria à Missão, ficamos muito felizes. Imediatamente reuni os irmãos para recebê-lo”. Este é o relato de dom Pino Vitrano ao recordar a visita do Pontífice, falecido na última segunda-feira (21), à Missão Esperança e Caridade de Palermo, fundada pelo frei Biagio Conte, ocorrida em 15 de setembro de 2018.
Na ocasião, Jorge Bergoglio almoçou no refeitório da missão, juntamente com Biagio e os pobres acolhidos pela comunidade, um total de cerca de 1,3 mil pessoas.
O cardápio incluía azeitonas temperadas, queijo, pão, salada de arroz, cuscuz, frango à milanesa, além de saladas e sobremesas preparadas pelas Irmãs de vários países da missão feminina.
Todos os alimentos servidos ao Papa foram preparados com produtos cultivados nas missões de Tagliavia, Scopello, e Villa Florio.
“Isso demonstra a atenção que o Papa tinha para com os pobres: ele não se aproximava deles com espírito de superioridade, mas de igualdade”, afirmou.
Segundo Vitrano, aconteceram muitos momentos significativos durante a visita, em particular “quando um dos nossos irmãos ganeses lhe confidenciou que nunca tinha estado no Vaticano”.
“O Papa pediu ao arcebispo [de Palermo, dom Corrado] Lorefice que lhe preparasse um ingresso. Então, quando estava prestes a partir, disse-lhe: ‘Corrado, sei que você tem muitos compromissos e não pode dar conta de tudo, mas não se esqueça de trazer François ao Vaticano’”, recordou.
Vitrano também contou que, naquela ocasião, o Pontífice “reiterou com veemência sua excomunhão dos mafiosos antes de se sentar na sala preparada para todos os irmãos, com cerca de 150 lugares, e muitas mesas do lado de fora, porque todos queriam almoçar” com o argentino.
“Aquele dia nos deu uma profunda dimensão de um Papa acessível a todos: os pobres, os doentes, os deficientes, as crianças. Ele quis saudar os convidados, um por um, descobrindo com clareza também as situações particulares de cada um”, relembrou.
A missão, hoje liderada por dom Pino, continua sendo um farol de esperança e solidariedade para os mais necessitados. É um lugar onde pessoas marginalizadas são acolhidas, oferecendo-lhes amor e o conforto de uma grande família.
“O papa Francisco também tem sido um farol de esperança, compaixão e humildade para milhões de pessoas ao redor do mundo”, ressaltou Giacomo Mirto, da Missão, acrescentando que “seu compromisso com a paz e a justiça social e seu amor pelos últimos deixaram uma marca indelével na história da Igreja e da humanidade”. (ANSA).