Suspeito de jogar namorada do 8º andar de prédio se recusa a fornecer DNA para investigação


Advogado acusado de matar namorada em 2022 alega falhas na investigação, afirmando que local do crime não foi isolado. Novo acesso ao apartamento para análise técnica será realizado nesta sexta-feira (25). Raul Rodrigues Costa Lages
Reprodução/OAB-MG
O advogado Raul Rodrigues Costa Lage, acusado de jogar a namorada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães do 8º andar de um prédio no bairro São Bento, em Belo Horizonte, se recusou a fornecer material genético à Justiça, para elucidação do caso.
Raul se tornou réu na Justiça pelo crime em novembro de 2024. O caso aconteceu em 2022 e foi tratado como suicídio até o ano passado, quando houve nova análise dos elementos e denúncia do Ministério Público. (relembre o caso abaixo)
Segundo os advogados, o réu havia se colocado à disposição para colaborar com a coleta de DNA durante a fase de investigação. No entanto, após análise dos autos, a defesa alegou “graves violações à cadeia de custódia”, como a não preservação da cena do crime e a circulação de pessoas no apartamento onde a vítima foi encontrada morta.
Por essa razão, os representantes de Raul afirmaram que não há como garantir a confiabilidade do material que possa ter sido coletado no local e informaram que Raul não entregará voluntariamente seu material genético.
Ainda na manifestação protocolada no processo, a defesa pediu à Justiça que reabra o prazo para apresentar novos quesitos às perícias técnicas.
Os advogados argumentam que só poderão formular as perguntas adequadas depois de ter acesso aos objetos das perícias, como o apartamento, os dados extraídos dos celulares, imagens originais e equipamentos de vídeo.
Além disso, a defesa solicitou que a nova visita ao apartamento ocorra também durante o período noturno. A justificativa é que os fatos investigados aconteceram à noite, e que uma análise técnica apenas diurna pode comprometer as conclusões da perícia.
Nesta sexta-feira (25), uma nova análise técnica será realizada no apartamento, mas durante o dia.
Raul sustenta que é inocente.
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Relembre o caso
Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, de 40 anos, morreu na noite de 8 de junho de 2022 após cair do oitavo andar do prédio onde morava com o namorado, no bairro São Bento. Inicialmente tratada como suicídio, a morte passou a ser investigada como feminicídio.
A Polícia Civil concluiu que Carolina foi jogada da varanda do apartamento. De acordo com o inquérito, o suspeito alterou a cena do crime antes de acionar a portaria.
Na época, Raul afirmou que não estava no apartamento, que ela havia se jogado e não foi conduzido à delegacia. Entretanto, as novas análises das câmeras de segurança desmontaram essa versão.
A delegada responsável pelo caso, Iara França Camargos, afirmou que essas imagens foram fundamentais para contestar a versão apresentada pelo advogado, que alegava não estar no apartamento no momento da queda.
A perícia apontou que, após Carolina ser derrubada e ficar desacordada, o suspeito limpou o local, colocou roupas de cama na máquina de lavar, retirou a tela de proteção da varanda e descartou o material. A vítima foi, então, lançada pela abertura. Não foi possível determinar se ela já estava morta ao cair.
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público em novembro de 2024, mais de dois anos após a morte, e Raul Rodrigues Costa Lages se tornou réu por homicídio qualificado. A vítima deixou dois filhos.
Carolina da Cunha Pereira França Magalhães morreu aos 40 anos e deixou dois filhos.
Reprodução/redes sociais
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