Com a morte de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, que faleceu na madrugada de segunda-feira, 21, aos 88 anos, o nome da jornalista e correspondente da Globo, Ilze Scamparini, de 66 anos, que reside em Roma, na Itália, e é sempre a responsável pela cobertura do Vaticano e do papa, voltou a viralizar nas redes sociais.
O trabalho de Scamparini, que frequentemente gera memes na internet sobre suas aparições nos telhados de Roma durante suas entradas ao vivo e matérias na TV Globo, gerou uma série de questionamentos por parte dos internautas, como o ex-BBB João Luiz Pedrosa, em um post que viralizou na quarta-feira, 23.
Na publicação, o professor de geografia questiona: “Ilze mora em Roma, mas é a emissora que paga a estadia dela lá, ou a vaga era ‘tem que morar em Roma’? O link ao vivo dela, quem faz? O câmera também mora lá ou ela usa o celular mesmo? Precisamos saber.”
A reportagem de IstoÉ Gente lista e reúne algumas curiosidades a respeito da carreira da profissional e da cobertura da jornalista em Roma. Saiba tudo!
Cobertura nas alturas
É no terraço de Roma que Ilze Scamparini costuma dar as notícias importantes sobre o Vaticano. Em 2023, a profissional mostrou os bastidores para o ‘Fantástico’, no quadro ‘Essa Eu Quero Ver’, apresentado por Sabrina Sato.
“Eu acho que é um cenário maravilhoso e, claro, a cúpula é a protagonista absoluta. Isso foi mais durante a pandemia. Agora, nós já estamos caminhando pelas ruas de Roma para fazer o nosso trabalho”, afirmou a correspondente na ocasião.
Ilze Lia Scamparini trabalha sozinha? Quem faz o link ao vivo?
Há uma equipe de apoio com cinegrafista, técnico de som e produtor local. Em situações específicas, a repórter pode utilizar equipamentos mais compactos, como celular ou câmera com transmissão remota.
É comum que as emissoras mantenham equipes fixas ou colaboradores em locais estratégicos. No caso da TV Globo, há correspondentes em cidades como Roma, Londres e Nova York.
A jornalista mora em Roma?
Sim. Ela é correspondente internacional da TV Globo e trabalha especificamente na cobertura da Itália, Vaticano e região.
A Globo paga a estadia?
Depende do modelo de contrato. Custos de moradia, transporte, alimentação e demais despesas são acordados entre o correspondente (neste caso, Ilze) e a emissora contratante (no caso, a TV Globo).
Trajetória profissional de Ilze Scamparini
Ilze Lia Scamparini é neta de italianos e nasceu um dia após o Natal, em 1958. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP) em 1982, trabalhou em jornais como o Diário do Povo, dessa cidade. Em 1981, foi repórter do TV Mulher, na afiliada da Globo. No Rio, realizou uma matéria sobre as enchentes de verão, enfrentando a água, já que o trânsito estava totalmente parado. Outra matéria marcante foi sobre um incêndio no Pico das Agulhas Negras, realizada de helicóptero, todos os dias.
Desde 1999, Ilze Scamparini traz de Roma, na Itália, e do Vaticano, as principais notícias da Europa, incluindo aquelas que envolvem a Cúpula Católica, como a morte do papa Bento XVI, no último dia de 2022.
Em pouco mais de 15 anos, Ilze Scamparini acumulou coberturas factuais, esteve em palcos de tragédias e cobriu o primeiro Rock in Rio. Antes disso, foi contratada da TV Campinas (interior de São Paulo), onde, em 1983, passou a cobrir as férias de colegas do Jornal Nacional.
Um ano mais tarde, trocou aquele estado pelo Rio de Janeiro. Em seguida, mudou-se para Brasília, onde cobriu a morte de Tancredo Neves (21/04/1985), além de acompanhar o noticiário político-econômico.
Outro destaque foi a cobertura da tragédia em Goiás com o Césio 137, o acidente nuclear em Chernobyl (Ucrânia) e o massacre na comunidade de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde esteve no desfile das escolas de samba no Carnaval de 1987.
Em 1985, Ilze apareceu com glitter no cabelo, óculos de plástico e bottons para noticiar ao Fantástico o primeiro Rock in Rio. Um pouco mais tarde, viajou para Buenos Aires para sua primeira matéria no exterior, sobre o plano Austral do governo argentino.
Sua estreia no Globo Repórter ocorreu em 1986, com uma viagem a Guadalajara (México). Em seguida, realizou inúmeras matérias tanto no Brasil (Angra dos Reis, Ilha Grande) quanto no exterior (Alemanha, África do Sul).
Scamparini também cobriu Copas do Mundo, como as de 2006 (Alemanha), 1986 (México) e 1990 (Itália). Posteriormente, passou uma temporada em Nova York (1991). Nessa mesma época, se passou por uma imigrante ilegal durante a Guerra do Golfo. Em 1997, tornou-se correspondente internacional em Los Angeles (EUA), retornando ao Brasil até que, em 1999, chegasse à Itália.
Desde então, além da morte do papa Bento XVI, cobriu seu conclave e renúncia, bem como a escolha do papa Francisco, sem esquecer, claro, o falecimento do papa João Paulo II.
Ilze Scamparini é casada há quase 20 anos com o roteirista italiano Domenico Saverni Mezzatesta e optou por não ter filhos.
Morte do papa
O Papa Francisco, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de um quadro respiratório grave, que o deixou 37 dias no hospital, entre fevereiro e março deste ano. A morte do Papa foi causada por um derrame inesperado.
Sergio Alfieri, médico do hospital Gemelli, em Roma, supervisionou o tratamento de Francisco desde que ele foi internado, no início de janeiro, para tratar uma pneumonia. Ele relatou ter recebido um telefonema na madrugada de segunda-feira, 21, para se dirigir ao Vaticano, onde chegou em cerca de 20 minutos.
“Entrei em seu quarto e ele (Francisco) estava com os olhos abertos“, contou o médico ao jornal italiano Corriere della Sera. “Confirmei que não havia problemas respiratórios. Tentei chamá-lo pelo nome, mas ele não me respondeu.”
“Naquele momento, eu soube que não havia mais nada a fazer“, disse Alfieri.
O corpo do pontífice será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, no sábado, 26. O funeral oficial do Papa Francisco acontecerá na manhã de sábado, na Praça de São Pedro, no Vaticano. A cerimônia ocorrerá após três dias de velório aberto, durante os quais o público pôde se despedir do líder religioso.
A última aparição do papa foi no Domingo de Páscoa, 20, onde ele abençoou milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano.
“Que grande sede de morte, de matar, vemos nos muitos conflitos que assolam diferentes partes do mundo”, afirmou Francisco em seu último discurso.