Corrimento vaginal: quando a secreção é normal e quando merece atenção


Confira as características de cada corrimento para que você possa buscar ajuda médica especializada sempre que for necessário. Ao contrário do que muitas mulheres possam acreditar, o corrimento nem sempre é motivo de preocupação, afinal, a vulva e o canal vaginal produzem uma secreção natural que contribui para manter a região saudável e lubrificada.
No entanto, essa secreção pode apresentar algumas alterações em termos de odor, coloração, consistência e volume que aí sim precisarão de atenção. Por isso é tão importante que as mulheres saibam identificar cada tipo de corrimento para que possam procurar ajuda médica sempre que necessário.
Secreção fisiológica x corrimento vaginal anormal
A dra. Caroline de Mello Surdi, médica cooperada da Unimed Curitiba e especialista em ginecologia, explica que a secreção fisiológica normal geralmente é transparente, branca, fluída e sem odor fétido ou sintomas associados, sendo formada por:
Muco produzido nas glândulas vaginais, que são responsáveis pela lubrificação da vagina, principalmente durante a relação sexual
Fluídos que atravessam a parede vaginal
Células descamadas da vagina e do útero
Células de defesa da mucosa vaginal
Microrganismos que habitam e fazem parte da mucosa vaginal
“Uma das funções mais importantes do corrimento vaginal fisiológico é manter o pH vaginal ácido, entre 4 e 4,5, contribuindo para que ocorra menor proliferação de bactérias que causam doenças”, complementa a ginecologista.
O corrimento vaginal anormal, por outro lado, está associado às vulvovaginites (inflamações que afetam a vulva e a vagina) e às vaginoses (infecções relacionadas ao desequilíbrio da microbiota vaginal), que juntas representam as queixas mais frequentes nos consultórios ginecológicos, correspondendo a cerca de 40% dos motivos de consulta, segundo a Dra. Caroline.
Causado principalmente pelo crescimento anormal de fungos, bactérias ou protozoários, o corrimento que requer atenção tem essas características:
Alteração no volume (vem em maior quantidade)
Coloração amarelada, esverdeada ou esbranquiçada de forma mais densa
Odor fétido
Sintomas associados como coceira, irritação, vermelhidão, dor na relação sexual, spotting (sangramento de escape fora do ciclo menstrual), dor ao urinar, erosões locais, queimação e descamação
O que pode causar o corrimento vaginal anormal?
A médica da Unimed Curitiba explica que existem 3 principais causas de secreção vaginal anormal:
Vaginose bacteriana: é a vulvovaginite mais comum, causada por um estado de desequilíbrio da flora vaginal. Seu sintoma mais característico é o cheiro descrito como “odor de peixe”. O corrimento e o desconforto podem piorar com relações sexuais desprotegidas e durante a menstruação
Candidíase: é uma inflamação causada pela proliferação de fungos no meio vaginal, tendo como principais sintomas a coceira ou ardor, a vermelhidão da mucosa vaginal, um corrimento esbranquiçado, grumoso e sem odor que se intensifica no período pré-menstrual, além de dor ao urinar e durante o ato sexual
Tricomoníase: considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), o parasita causador penetra na vagina e adere fortemente às células, provocando uma resposta inflamatória intensa que aumenta o pH vaginal e facilita o desenvolvimento de outras infecções. Os sinais de alerta incluem corrimento vaginal amarelo–esverdeado e malcheiroso com queimação associada, coceira e dor ao urinar e durante as relações sexuais
“Outras infecções do colo uterino, como gonorreia e clamídia, também podem causar corrimento em mulheres sexualmente ativas. Elas devem ser tratadas corretamente pois podem gerar algumas sequelas como infertilidade feminina”, alerta a ginecologista.
6 dicas para prevenir o corrimento anormal
A prevenção dos corrimentos patológicos envolve cuidados simples com a higiene íntima, a escolha das roupas usadas no dia a dia e a segurança nas relações sexuais:
Realize a higiene íntima usando sabonete líquido neutro e evite o uso de produtos perfumados ou desodorantes íntimos, que podem alterar o pH vaginal e causar irritações
Não faça duchas vaginais durante o banho ou após as relações sexuais, pois essa prática pode desequilibrar a proteção natural do organismo
Dê preferência às calcinhas de algodão, que ajudam a pele a respirar melhor e deixam a região íntima mais confortável
Evite usar calças apertadas com frequência e por longos períodos, pois elas dificultam a transpiração e favorecem o surgimento de infecções
Quando estiver menstruada, não fique com o mesmo absorvente por muito tempo. O ideal é usar os absorventes externos por no máximo 4 horas e os coletores menstruais por até 8 horas. No dia a dia, o ideal é evitar o uso de absorventes diários, que aumentam a umidade da região íntima
Pratique sexo seguro com o uso correto de preservativos para evitar contrair infecções sexualmente transmissíveis
Além dessas dicas, outra recomendação importante para evitar os corrimentos anormais é manter a regularidade das consultas ginecológicas. Além disso, caso você perceba qualquer alteração na secreção vaginal natural, procure um médico de confiança para que seja possível identificar a causa dos sintomas e dar início ao tratamento mais adequado o quanto antes.
No Centro de Especialidades Médicas do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Fátima você pode realizar consultas ambulatoriais e de pronto atendimento com ginecologistas especializados no Jeito de Cuidar Unimed para manter sua saúde íntima sempre em dia.
Médica responsável: Márcia Cristina Mantovani – CRM-PR 14160 | RQE 6420 | ginecologia e obstetrícia”
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