‘Menos 85 quilos com mudança no estômago e na vida’, diz Jojo Todynho

Recentemente, Jojo Todynho lançou um curso chamado “Emagreça com Jojo”, no qual promete ajudar mulheres a perder peso e melhorar a autoestima. Depois de eliminar mais de 85 quilos desde que realizou a cirurgia bariátrica em 2023, a cantora afirmou que não pretende ficar magérrima. “Estou buscando saúde, qualidade de vida e disposição para viver tudo que Deus tem para mim”, publicou em sua rede social. De acordo com a artista, a disciplina e mudança de hábitos deve acompanhar todo processo.

Em um país onde 56% dos adultos têm obesidade ou sobrepeso (34% com obesidade e 22% com sobrepeso), segundo dados do Congresso Internacional sobre Obesidade, o cirurgião plástico Dr. André Araújo pontua que a dona do hit “Que Tiro Foi Esse?” é uma inspiração para quem busca sair dessa estatística. “Jojo Todynho é um exemplo no combate à obesidade. Ela sofria de obesidade mórbida, com vários problemas, decidiu mudar, realizou a cirurgia bariátrica e, a partir disso, com uma grande mudança de vida, expôs todo o seu tratamento e sua história para seus milhões de seguidores”.

Para ele, a cantora consegue influenciar de maneira positiva o tratamento da obesidade. “Isso porque ela aborda o tema de maneira menos romântica, enfrentando um problema de saúde muito grave no mundo ocidental, especialmente aqui no Brasil, onde, a cada dia, vemos o aumento da obesidade e do sofrimento. Os índices são alarmantes, inclusive, em crianças e adolescentes. Então, é muito importante e positivo ter esse tipo de atitude”, ressalta.

Cerca de 70% das cirurgias bariátricas em território nacional são realizadas em mulheres, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Araújo explica que é importante entender as diferenças para compreender esse número. “Muitas vezes, o principal critério de mudança está no objetivo e na forma desejada. A mulher objetiva um corpo com curvas e silhueta definida, frequentemente acompanhado do desejo de glúteos, mamas e cintura marcados. Já o homem, por outro lado, muitas vezes tem como foco o contorno corporal, removendo excessos de pele e destacando a musculatura. Esses objetivos também determinam as táticas e técnicas cirúrgicas que nós vamos indicar para cada caso”.

Bariátrica e cirurgia plástica andam juntas?

Jojo também realizou lifting nas pernas e uma abdominoplastia após sua bariátrica, o que levantou dúvidas sobre a necessidade de outras cirurgias após a “redução de estômago”. Embora seja uma prática comum, não é obrigatória. O médico esclarece que há um tempo adequado entre os procedimentos. “Do ponto de vista temporal, a indicação das cirurgias plásticas pós-bariátrica ocorre quando há estabilidade do peso, ou seja, quando atinge um platô verdadeiro. Geralmente, isso acontece aproximadamente entre um ano e meio e dois anos. Contudo, há casos de pacientes que estabilizam o peso em um ano ou pouco mais. O importante é que o peso esteja estabilizado por pelo menos três a seis meses para que possamos indicar o procedimento”.

Dr. Araújo conta que, em seu consultório, cerca de 70% dos pacientes são pós-bariátricos que, depois de um grande emagrecimento, geralmente buscam procedimentos como a abdominoplastia. “Nós temos 40% dos nossos pacientes que buscam cirurgias estéticas usuais, como lipoescultura, mamoplastia, abdominoplastia e lifting facial. As cirurgias pós-bariátricas são mais desafiadoras, mas as cirurgias estéticas também representam uma grande parte de nosso atendimento.”

Segundo o especialista, as cirurgias mais comuns realizadas em mulheres após grande emagrecimento são a abdominoplastia, cuja principal queixa é o excesso de pele, seguida das cirurgias nas mamas, devido à queda e perda de volume ocasionadas pelo esvaziamento da gordura. “Em terceiro e quarto lugares estão as cirurgias nos braços e coxas, que removem o excesso de pele e gordura dessas regiões — a braquioplastia para os braços e a cruroplastia para as coxas. Além disso, há o lifting de glúteos, ou torsoplastia, que consiste na remoção de excesso de pele e gordura das costas, promovendo um levantamento da região dos glúteos e quadril”, pontua.

Quanto tempo leva para a cicatrização?

Não há diferença no fechamento de feridas entre peles claras e escuras, embora a pele negra tenha bastante colágeno, o que ajuda na elasticidade. O médico destaca que a incidência de cicatrizes queloides na população brasileira é de aproximadamente 3%, aumentando para até 16% em peles mais pigmentadas. “É claro que há exceções, e o mais importante é que, na consulta física, o cirurgião plástico converse com o paciente, conheça sua história e histórico de cicatrização e, no exame físico, identifique características como espessura da pele, colágeno e flacidez, para alcançar o melhor resultado possível durante a cirurgia”, salienta.

Caso o paciente deseje realizar mais de uma cirurgia ao mesmo tempo, é possível, entretanto, é importante atender a alguns critérios, como estar em boa saúde, ter exames apropriados, realizar a cirurgia em um hospital com infraestrutura adequada e contar com uma equipe preparada. “O cirurgião plástico deve avaliar cada caso, considerando sua complexidade para indicar uma, duas, três ou até quatro cirurgias, ou contraindicar procedimentos. É preciso ainda lembrar que, para a concretização de um resultado positivo, é necessário acompanhamento antes, durante e depois do procedimento. O sucesso depende não só do médico, da técnica ou da equipe, como também na disciplina e bom senso do paciente, principalmente no pós, que exige cuidados específicos”, lembra o plástico.

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