O bitcoin se manteve praticamente estável nesta segunda-feira, 28, em um dia de grande volatilidade dos mercados, com perdas lideradas pelo setor de chips e semicondutores. Após se valorizar cerca de 12% na semana passada, superando a marca de US$ 95 mil na sexta-feira, a criptomoeda mais negociada do mundo se desvalorizou quase 3%, tocando a mínima de US$ 92.800 no domingo.
Por volta das 16h10 (horário de Brasília), o bitcoin caía 0,19% cotado a US$ 91.305.31, enquanto o Ethereum recuava 1,98%, negociado a US$ 1.758.28, de acordo com dados da Binance.
Apesar do recuo técnico desta segunda, a demanda institucional apoia a tese de alta, de acordo com o portal FXStreet, já que os fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) de bitcoin à vista dos Estados Unidos registraram fluxo total de US$ 3 bilhões na última semana, o maior valor semanal desde as eleições presidenciais de novembro.
“A perspectiva técnica sugere que uma ruptura bem-sucedida acima de US$ 95 mil pode levar a uma alta em direção a US$ 97 mil”, acrescenta o FXStreet.
A QCP Capital destaca, em um relatório divulgado hoje, que o bitcoin parece estar fundamentalmente mais saudável em comparação com os ciclos de alta anteriores e explica que, em vez de alavancagem especulativa, a recuperação atual é sustentada pelo sistema financeiro tradicional.
Analista da Zaye Capital Markets, Naeem Aslam afirma que o bitcoin se beneficia da expectativa de redução das tensões geopolíticas. “A decepção do presidente Donald Trump com a Rússia e a menção de potenciais acordos com a Ucrânia indicam uma desescalada de certos conflitos, aliviando ligeiramente os prêmios de risco geopolítico”, afirma em nota.
No entanto, se as negociações de paz não avançarem ou se temores de inflação ressurgirem, o bitcoin pode se retrair de forma acentuada, acrescenta Aslam.
A MicroStrategy revelou nesta segunda-feira que elevou seu total de unidades de bitcoin para mais de 550 mil. A empresa de software tem apostado cada vez mais em sua reputação como uma opção alavancada em criptomoedas. Após adotar o bitcoin como principal ativo de reserva em 2020, a MicroStrategy se tornou a maior detentora corporativa de tokens do mundo.
*Com informações da Dow Jones Newswires