Os preços internacionais do petróleo fecharam em forte queda nesta terça-feira (29), afetados pelo temor de uma desaceleração econômica provocada pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e pela incerteza sobre um possível aumento da produção da Opep+.
No mercado de Londres, o barril de petróleo Brent do mar do Norte para entrega em junho caiu 2,44%, a 64,25 dólares.
Em Nova York, seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate (WTI), para entrega no mesmo mês, recuou 2,63%, a 60,42 dólares.
“É a mesma história de sempre: o petróleo segue sob pressão devido às preocupações [sobre] as tarifas alfandegárias”, disse à AFP o analista Andy Lipow, da empresa Lipow Oil Associates.
Os operadores temem que “a guerra comercial em curso entre os Estados Unidos e a China provoque uma queda da demanda” em nível internacional, acrescentou.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) rebaixou suas previsões de crescimento médio mundial em 0,5 ponto percentual, com uma revisão ainda mais severa de 0,6 ponto para a China e de 0,9 ponto para os Estados Unidos.
Os novos dados econômicos dos Estados Unidos, divulgados nesta terça-feira, também contribuíram para derrubar os preços do petróleo, entre eles um índice que avalia a confiança dos consumidores na economia do país.
Segundo este indicador, a confiança dos consumidores caiu ao seu menor nível desde a pandemia de covid-19, um reflexo das preocupações geradas pela extensão das tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump.
Além disso, “os preços do petróleo seguem contraindo-se, enquanto o mercado tenta avaliar a possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) aumentem sua produção”, disse, em nota, Phil Flynn, do Price Futures Group.
“O mercado está à espera da reunião da Opep+ de 5 de maio (…) para ver se (o cartel) vai aumentar a produção e, portanto, a oferta”, concordou Lipow.
O cartel ampliado da Opep+ tem previsto aumentar sua produção em 411 mil barris diários em maio, o que contribuiu, em grande medida, para a queda dos preços desde o começo de abril.
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