
Pesquisador dos autoritarismos contemporâneos, Alexandre Gossn lança terceiro volume de triologia sobre “santo” mineiro no Flipoços Alexandre Gossn lançou o terceiro livro da trilogia Santo Adamastor no Flipoços 2025
Fabiana Assis/g1
O livro é a defesa contra a hiperconectividade na opinião do pesquisador, ensaísta e agora, escritor de ficção, Alexandre Gossn, que lançou no Festival Literário Internacional de Poços de Caldas – Flipoços o volume 3 da trilogia “Santo Adamastor”.
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“O livro altera a forma como o ser humano começa a manusear internamente, biologicamente, as suas sinapses, altera profundamente a forma do ser humano pensar, raciocinar, sentir. Essa cultura tiktoker, essa cultura imagética que nós estamos vivendo agora também altera, mas aí você passa da história para, talvez, a hiper história, que seria esse momento de super conexão. E o livro é uma ferramenta que, de alguma forma, permite que a humanidade não deixe diluir nessa hiper conexão a sua capacidade maior de reflexão. Ele é uma ferramenta que te permite agir e não apenas reagir. O livro é a maior das ferramentas tecnológicas inventadas pelo ser humano.”
Um ano após lançar Santo Adamastor vol. 1 no Flipoços de 2024, o escritor voltou ao festival para lançar o último livro da trilogia.
Paulistano, graduado e mestre em direito, atualmente, Alexandre Gossn é doutorando em ciências sociais e pesquisador da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde estuda autoritarismos contemporâneos. Sua tese de doutorado é sobre o Brasil paralelo e a forma como ele tenta filtrar a realidade e até alterá-la à medida em que divulga o seu conteúdo de uma forma muito particular.
Alexandre Gossn lançou o terceiro livro da trilogia Santo Adamastor no Flipoços 2025
Arquivo pessoal
Gossn também é autor dos livros Chapados de Cloroquina – a morte da empatia, Fascismo Pandêmico, Cidadelas & Muros: como o ser humano se tornou um animal urbano e Liberdade, Metamoralidade & Progressofobia.
Na ficção, o ensaísta se envereda pelo fanatismo religioso. Santo Adamastor é a história de um jovem de uma pequena vila mineira que tratado pela mãe desde a concepção como uma criatura santificada se torna um fundamentalista religioso seguido por inúmeras pessoas, o que faz com que ele mova as forças políticas e religiosas da localidade. O texto trata metaforicamente diversos eventos mundiais dentro do microcosmos e mostra o poder avassalador da fé associada ao poder.
A trilogia marca a estreia no universo da ficção de Alexandre Gossn que já prepara outros projetos, como o relato de importantes fatos desde a proclamação da república até o suicídio de Vargas contados pela poltrona dos ex-presidentes. Móvel emblemático do palácio do Catete no Rio de Janeiro, testemunha da história do Palácio e da República brasileira.
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