Após 7 meses de incerteza, Prefeitura de Sorocaba diz que fará novo contrato com entidade que coleta recicláveis em 50 bairros da cidade


Atualmente, são dois contratos entre prefeitura e entidade. Instituição tem 130 cooperados. Incertezas entre Prefeitura de Sorocaba e Coopereso deixam funcionários apreensivos
Coopereso/Divulgação
A Prefeitura de Sorocaba (SP) afirmou, na quarta-feira (30), que fará um novo contrato com a Cooperativa de Egressos e Familiares de Egressos (Coopereso). A definição ocorreu após sete meses de incertezas entre os cooperados. A principal atividade da instituição é a coleta e a separação de materiais recicláveis, que atinge mais de 50 bairros da cidade.
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A Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) informa que, no momento, finaliza a análise de documentos para firmar um novo acordo de cooperação com a instituição.
Já a Secretaria da Cidadania (Secid) disse que o novo contrato será por meio de dispensa de licitação, escolhida pela própria cooperativa, de acordo com as normas da Lei Federal nº 14.133/2021, sendo necessária a entrega de toda a documentação exigida em lei, pela Coopereso, para que seja possível dar andamento nos trâmites necessários. “Até o momento, a cooperativa entregou parte da documentação exigida”, diz.
Para os cerca de 130 cooperados, a preocupação era com as incertezas na manutenção dos contratos. Atualmente, são dois instrumentos, ambos vencidos e que estavam sem sinalização de continuidade nos trabalhos.
Ao g1, a presidente da entidade, Miraci Vieira Cugler, diz que, atualmente, há um para prestação de serviços de mão de obra e outro para serviços de reciclagem contratados pela prefeitura. De acordo com ela, o contrato da reciclagem está vencido desde setembro de 2024, e o de prestação de mão de obra foi prorrogado por apenas três meses, e, atualmente, está sem vigência formal.
“Ainda assim, nossas atividades continuam sendo executadas em benefício da cidade, demonstrando o compromisso social de nossos cooperados”, diz.
Incertezas em contratos da Coopereso deixam funcionários apreensivos em Sorocaba (SP)
Coopereso/Divulgação
A presidente comenta que as dificuldades só aumentam e que a entidade chegou a ser multada pela prefeitura. “Nos causa estranheza que, mesmo sem contrato vigente, tenhamos sido notificados e multados, além de enfrentarmos sérias dificuldades operacionais, como falta de água, energia e insegurança no espaço concedido, o que comprometeu gravemente as condições de trabalho.”
Miraci também questiona uma, segundo ela, suposta movimentação para a criação de vagas de trabalhos para pessoas em situação de vulnerabilidade. Seriam quatro mil vagas, mas sem a cooperativa.
“É natural que surjam questionamentos: estariam essas novas vagas relacionadas a interesses que vão além da inclusão social? Por que optar pela criação de novas estruturas em detrimento do fortalecimento de uma entidade já consolidada e qualificada, como a Coopereso? Haveria outros interesses em jogo?”, questiona.
Conforme ela, ao menos cinco reuniões ocorreram com a Secretaria de Governo, sem que o problema tivesse sido resolvido.
“Também chama a atenção que, enquanto aguardamos uma definição da Secretaria de Governo sobre a continuidade do contrato de mão de obra, alternativas externas estejam sendo buscadas, muitas vezes com custo superior ao da Coopereso”, diz.
Ela também reclama da quantidade de documentos exigidos pela prefeitura: “Certidões negativas, estatuto, ata de assembleia, entre outros. Documentos esses que nada interferem no processo de dispensa de licitação.”
O núcleo de reciclagem faz em média 50 bairros de Sorocaba. Miraci diz que os cooperados se sentem vulneráveis com a situação, mas não podem fazer muito.
“Pelo histórico de vida dos cooperados, nada podem fazer a não ser esperar. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, o trabalho digno e o fortalecimento da economia solidária em Sorocaba.”
Incertezas entre prefeitura e Coopereso deixam funcionários apreensivos em Sorocaba (SP)
Coopereso/Divulgação
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