O Itaú Unibanco espera que a alta da taxa Selic tenha mais impactos negativos sobre os resultados de tesouraria ao longo deste ano, diante da alta de custos que provoca para o banco. Ainda assim, o conglomerado considera que as projeções que forneceu para o desempenho da linha em 2025 apontam de forma justa o que deve acontecer.
“A nossa melhor expectativa é que a gente deva ficar, talvez, acima do ponto médio do guidance, mas achamos que ele ainda comporta a nossa melhor projeção”, disse o diretor de Estratégia Corporativa, Relações com Investidores e M&A Proprietário do Itaú, Renato Lulia, ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
No primeiro trimestre, a tesouraria do Itaú teve resultado de R$ 923 milhões, praticamente no piso da projeção para o ano todo, que vai de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões. De acordo com o executivo, os resultados com negociações a mercado, que são mais difíceis de prever e que foram bons, explicam este desempenho.
Ainda assim, a alta de juros deve elevar o custo da proteção (hedge) que o Itaú faz do capital dos bancos que mantém na América Latina. O custo desse hedge é basicamente o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, afirmou Lulia. Como se espera que esse diferencial aumente, o hedge ficará mais caro.
Para além dos números da tesouraria, a margem do Itaú com crédito também veio positiva, acima do que esperavam analistas de mercado. No primeiro trimestre, foi de R$ 29,399 bilhões, crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano passado, acima da alta da carteira de crédito no mesmo intervalo.
“A margem com clientes traduz uma série de coisas. Primeiro, a carteira veio melhor, inclusive no saldo médio, que cresceu bem no trimestre, e com qualidade. E também ajuda o mix”, disse Lulia. “A carteira de pessoas físicas volta a crescer, o que não é usual no primeiro trimestre do ano, e o uso de cartão de crédito dos nossos clientes também cresceu.”
Estes fatores, mais o desempenho de capital de giro, ajudaram a compensar a menor quantidade de dias úteis e também de dias corridos do trimestre, o que “custou” cerca de R$ 500 milhões em margem ao Itaú.