Guerra Tarifária encarece a venda de flores do Dia das Mães nos EUA

Dia das Mães é época movimentada para floristas nos Estados Unidos. Mas neste ano, há uma causa extra de estresse: as altas tarifas do presidente norte-americano Donald Trump, que estão elevando os preços de algumas flores e fazendo com que alguns consumidores reduzam os gastos.

“Precisamos cobrar mais, e isso definitivamente está afetando as vendas — o que eu entendo totalmente”, disse Allison Krivachek, da floricultura Hydrangea Bloom em Tiffin, Iowa, à CNN. “As pessoas simplesmente não têm mais a mesma renda disponível de antes.”

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, 80% de todas as flores de corte vendidas no país são importadas da Colômbia, Canadá ou Equador. A maioria vem da Colômbia e do Equador, onde o clima permite o cultivo o ano inteiro. Esses países agora enfrentam tarifas que tornam mais caro enviar seus produtos para os Estados Unidos.

E os gastos com o Dia das Mães caíram 14% entre os consumidores americanos, já que muitos estão economizando devido às tarifas e preocupações econômicas, de acordo com uma pesquisa da LendingTree.

Os Estados Unidos importaram cerca de US$ 2,26 bilhões em flores frescas de corte em 2024, sendo que a Colômbia respondeu por 60% do mercado e o Equador por 25%, segundo dados do Censo dos EUA.

Debra Prinzing, fundadora da Slow Flowers Society e defensora do cultivo de flores em solo americano, disse que a indústria floral dos EUA foi construída para depender das importações.

“Não gosto disso, mas essa é a realidade”, disse.

“Ridiculamente diferente” é como Krivachek descreve o aumento de preços deste ano. Flores como lisianthus dobraram de preço, segundo ela, e as rosas subiram de 10% a 50% em relação ao ano passado. Krivachek acredita que os aumentos estão além do que uma tarifa de 10% justificaria.

“É muito estranho ter um aumento tão grande, porque as tarifas nem são tão altas assim. E eu não sei se eles estão aumentando os preços por causa da oferta e demanda”, disse ela.

Como resultado, ela aumentou o preço do seu arranjo mais popular de Dia das Mães, de US$ 100 para US$ 125 neste ano. E apesar dos esforços para ser transparente com os clientes, a demanda caiu.

“Estamos com uma queda considerável”, disse Krivachek. “Estamos com cerca de 30% a menos neste Dia das Mães em comparação com outros anos.”

Muitos clientes agora estão comprando flores soltas para montar seus próprios arranjos, segundo Krivachek.

A Sociedade Americana de Floristas disse à CNN que varejistas e atacadistas de todo o país estão se adaptando às novas pressões financeiras — assim como fizeram durante a pandemia e outras interrupções na cadeia de suprimentos.

“Embora tarifas e aumentos de custo não sejam bem-vindos, a indústria floral é notavelmente resiliente”, afirmou a entidade em nota.

Os floristas estão fazendo pedidos com mais antecedência, fortalecendo relações com produtores e atacadistas e planejando com mais cuidado para controlar os custos, segundo a sociedade.

Embora Krivachek esteja sentindo a pressão, ela encontrou formas de se adaptar, como comprar de produtores locais.

“Ainda vou precisar importar flores”, disse ela. “Estou em Iowa, então não há muita variedade, especialmente em casamentos. Tem flores que só dá para conseguir mesmo do Equador e da Colômbia.”

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Guerra Tarifária encarece a venda de flores do Dia das Mães nos EUA no site CNN Brasil.

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