Os africâneres brancos que aceitaram ser reassentados nos Estados Unidos não enfrentavam “nenhuma forma de perseguição” na África do Sul, afirmou nesta segunda-feira (12) o Ministério das Relações Exteriores.
A chancelaria sul-africana fez a declaração horas depois de um primeiro grupo de 49 sul-africanos brancos deixar Johannesburgo, após a oferta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de conceder status de refugiado aos africâneres brancos.
Trump afirma que os africâneres, principalmente descendentes de colonos holandeses, sofrem “discriminação racial” na África do Sul.
“Eles não podem apresentar nenhuma prova de perseguição, porque não existe nenhum tipo de perseguição contra os sul-africanos brancos ou os sul-africanos africâneres”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Ronald Lamola.
“Ficamos felizes que várias organizações, inclusive das estruturas africâneres, tenham denunciado a suposta perseguição”, disse Lamola.
Trump, próximo ao magnata Elon Musk – nascido na África do Sul -, disse em fevereiro que priorizaria o acesso a um programa de refugiados “para os africâneres na África do Sul que são vítimas de uma injusta discriminação racial”.
Os 49 africâneres partiram no domingo do principal aeroporto de Johannesburgo em um voo fretado e devem chegar aos Estados Unidos nesta segunda-feira.
Os sul-africanos brancos, que representam 7,3% da população, geralmente desfrutam de um padrão de vida superior ao da maioria negra do país.
Os colonos ingleses e africâneres governaram a África do Sul até 1994 sob o apartheid, um sistema brutal no qual a maioria negra foi privada de direitos políticos e econômicos.
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