
O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (12), em alta no mercado local, acompanhando a onda global de valorização da moeda norte-americana, especialmente na comparação com divisas fortes. O acordo sobre tarifas entre Estados Unidos e China, ainda que provisório, amenizou temores de uma recessão na maior economia do mundo e trouxe de volta o apetite por ativos norte-americanos. Investidores deram uma pauta na rotação global de carteiras iniciada em meados de abril, que havia favorecido emergentes como o Brasil, e voltaram a formar posições em dólar e bolsas em Nova York. Commodities como minério de ferro e petróleo se recuperaram, o que mitigou parcialmente as pressões sobre o real
Com máxima a R$ 5,7060 à tarde, o dólar à vista fechou em alta de 0,52%, a R$ 5,6840. Dado o repique desta segunda, a moeda volta a apresentar ganhos em relação ao real no mês (+0,13%). No ano, o dólar acumula baixa de 8,03%. No fim de semana, Estados Unidos e China firmaram acordo com suspensão de 90 dias das tarifas de importação superiores a 100% que impunham mutuamente. Os EUA reduzirão as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%. A China, por sua vez, diminuirá suas tarifas sobre produtos norte-americanos de 125% para 10%.
No início da tarde, o presidente Donald Trump disse que foi alcançada uma “redefinição total” com a China nas negociações na Suíça e que não quer prejudicar os chineses, que foram muito “amigáveis”. “Conversarei com Xi Jinping no fim desta semana… talvez”, disse Trump, em referência ao líder chinês. Pela manhã, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse, em entrevista à Bloomberg TV, que “é implausível” que as tarifas sobre a China caiam abaixo de 10%. Ele afirmou que a China deve impulsionar o consumo e abrir seu mercado, alertando com a possibilidade de volta das tarifas para níveis anunciados em abril.
Ibovespa
O Ibovespa ensaiou engatar leve alta em direção ao fechamento, após a indecisão entre ganhos e perdas na maior parte da sessão, em que operou bem distante do que se viu nesta segunda-feira, 12, em Nova York. Por lá, o apetite por risco foi induzido desde cedo pela trégua comercial de 90 dias firmada por Estados Unidos e China, o que melhora a perspectiva para ambas economias, as maiores do mundo.
Assim, após o ingresso de recursos na B3 ter sido favorecido a partir de abril pela rotação de carteira – ante o receio de que os EUA pudessem ingressar em recessão -, a desconexão vista nesta segunda entre São Paulo e Nova York sugere que uma reversão possa estar a caminho, com a retomada da demanda por ativos americanos. O dólar fechou em alta de 0,52%, a R$ 5,6840, e avançou também ante referências como euro, iene e libra, entre outras, que integram a cesta do índice DXY.
No encerramento, o Ibovespa mostrava-se estável, em viés positivo (+0,04%), aos 136.563,18 pontos, enquanto, em Nova York, o avanço desta segunda-feira foi de 3,26% para o índice amplo (S&P 500) e de 4,35% para o tecnológico (Nasdaq). Na B3, o giro foi a R$ 24,4 bilhões, com o índice de referência entre mínima de 136.355,93 e máxima de 137.519,33 pontos na sessão, em que iniciou aos 136.516,27. No mês, o Ibovespa sobe 1,11% e, no ano, acumula ganho de 13,53%.
Com a redução de 125% para 10% nas tarifas recíprocas proporcionada pela trégua entre Estados Unidos e China – ainda que a Casa Branca tenha mantido uma tarifa adicional de 20% sobre os produtos chineses -, os investidores retomaram nesta segunda o apetite por ações em Nova York, com a percepção de que uma recessão nos EUA será evitada em meio à descompressão da guerra comercial.

Na B3, a recuperação também proporcionada nos preços das commodities impulsionou Vale (ON +2,51%) e Petrobras (ON +2,71%, PN +2,39%), o que ao fim se impôs à correção entre os grandes bancos, que vêm de boa temporada de resultados trimestrais – a baixa desta segunda chegou a 2,01% na principal ação do setor (Itaú PN), no fechamento. Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Braskem (+6,05%), Prio (+5,15%) e Magazine Luiza (+4,65%). No lado oposto, IRB (-4,51%), Marcopolo (-3,52%) e Rumo (-3,03%).
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Dias