Felipe Salto fala sobre a gravidade do quadro fiscal brasileiro

Durante sua participação no novo programa Visão Crítica, o economista Felipe Salto, especialista em contas públicas, chamou a atenção para a gravidade do quadro fiscal brasileiro. Ele destacou que 94% do orçamento do país é rígido. “Só 6% é a fatia que você pode remanejar. Dentro desse 6% estão os investimentos, custeio da máquina, bolsas de pesquisa, emissão de passaportes, limpeza dos ministérios, segurança e mais as emendas parlamentares, que nos últimos anos foram adicionando também rigidez. Esse quadro precisa ser compreendido porque de fato a situação fiscal é grave. Nós temos um gasto obrigatório grande e crescente”, disse.

Apesar do cenário fiscal preocupante, Salto não acredita que o Brasil esteja à beira de uma crise de insolvência. “O Tesouro Nacional tem um caixa de R$ 1,5 trilhão, se ele quiser ficar sem emitir um centavo de dívida pública, que é a forma pela qual os governos tomam emprestado o mercado pagando uma taxa de juros, ele financia sete meses de défict público sem emitir um centavo”. No entanto, ele alertou que esse recurso é finito e que a demanda por títulos públicos continua, embora a taxas de juros reais elevadas. O déficit público primário, que não considera os juros da dívida, é de 1% do PIB, enquanto o déficit nominal, que inclui despesas financeiras, chega a 8% do PIB, superando o déficit dos Estados Unidos.

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Salto acredita que a situação fiscal do Brasil tem solução e que algumas medidas já estão sendo implementadas. No entanto, ele ressalta a importância de aprofundar as reformas, especialmente no que diz respeito às despesas.

*Com informações de Felipe Salto

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