Uma pesquisa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP revelou diferenças significativas de temperatura entre bairros nobres e periféricos da cidade de São Paulo. A pesquisa utilizou o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) para mapear as desigualdades socioespaciais, correlacionando-as com as variações microclimáticas.
O estudo, que comparou o Jardim Paulista, bairro nobre da Zona Oeste, e a Vila Jacuí, região periférica da Zona Leste, constatou variações de até 8,8°C durante o verão, evidenciando o impacto da desigualdade urbana no conforto térmico.
Para mapear as desigualdades socioespaciais em São Paulo, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) foi utilizado para mensurar a qualidade de vida nas 32 Subprefeituras.
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Resultados
A pesquisa analisou as variações microclimáticas em pontos internos e externos de um parque urbano, buscando compreender como a morfologia urbana influencia a temperatura e a umidade. O formato dos bairros, os materiais de construção, a arborização e o espaçamento entre lotes são fatores que contribuem para as alterações microclimáticas
O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) também foi empregado para analisar dados ao nível distrital. O Jardim Paulista, com IDHM de 0,942, e a Vila Jacuí, com IDHM de 0,736, foram selecionados para a comparação, apresentando diferenças significativas em suas paisagens urbanas, incluindo o nível de arborização.
A arborização, fator crucial para o conforto térmico, apresentou grande discrepância entre os bairros analisados. Enquanto o Jardim Paulista possui mais áreas sombreadas, a Vila Jacuí apresenta maior densidade construtiva.
O mapeamento da temperatura de superfície revelou que áreas com temperaturas mais altas coincidiam com as regiões de IDHM mais baixos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Periferia tem temperaturas mais altas em São Paulo, diz pesquisa da USP no site CNN Brasil.