O ambulante Emanuel Apory teve a perna amputada durante uma cirurgia realizada na manhã de sábado, 17, no Hospital da Restauração (HR), em Recife. Ele foi baleado pelo delegado Luiz Alberto Braga após uma discussão em Fernando de Noronha, no Forte dos Remédios, em 5 de maio. Desde então, Apory segue internado na capital pernambucana.
A cirurgia foi confirmada pelo advogado da vítima, Anderson Flexa, que informou que a amputação ocorreu acima do joelho, na altura da coxa. Segundo o próprio Emanuel, a demora na transferência da ilha para o continente — que levou cerca de dez horas — pode ter contribuído para o agravamento de seu estado de saúde.
Em vídeo publicado em sua rede social na sexta-feira, 16, Emanuel agradeceu o apoio popular recebido e apelou por melhorias na estrutura de saúde da ilha. “Peço que continuem brigando por nós, moradores da ilha, por uma saúde melhor, um hospital melhor e atendimento de salvamento aéreo mais rápido”, declarou.
O ambulante também voltou a negar que tenha assediado a namorada do delegado, suposto motivo da discussão, e agradeceu o suporte da mãe, que o acompanha durante o tratamento.
Em comunicado à imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que apenas o Hospital da Restauração está autorizado a repassar informações — o que não foi feito, a pedido da família.
Segundo o “g1”, moradores de Fernando de Noronha já realizaram dois protestos em solidariedade a Emanuel, pedindo justiça e a responsabilização do delegado. Luiz Alberto Braga, que era delegado substituto da ilha, teve a arma recolhida e foi afastado das funções públicas por 120 dias. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife.
Emanuel Apory, de 26 anos, trabalhava com locação de barracas de praia na ilha e foi atingido por dois tiros na perna durante um evento de samba. Ele precisou ser transferido com urgência ao continente após apresentar fratura exposta e teve o membro amputado mesmo após cirurgia inicial.