Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Nas últimas duas semanas, mais de 40 mil pessoas fugiram do aumento da violência em Darfur, no Sudão, e atravessaram a fronteira para o Chade, o país vizinho.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) afirma que esse ritmo de deslocamento não era testemunhado desde o início do conflito, em abril de 2023.
70% dos refugiados sofreram violações de direitos humanos
A situação em Darfur está se deteriorando rapidamente, com episóidios brutais de violência forçando as famílias a fugirem.
A porta-voz do Acnur, Eujin Byun, disse que mais de 70% dos refugiados recém-chegados ao Chade relataram ter sofrido graves violações de direitos humanos durante a viagem, incluindo agressão física, extorsão e violência sexual.

Sem opções de transporte e com medo de prisões arbitrárias ou recrutamento forçado, muitos têm medo de fugir do país. Um em cada dois refugiados que falaram com a agência da ONU no Chade relataram ter entes queridos “presos no Sudão”.
A crise humanitária envolve principalmente crianças e mulheres. Dois terços das famílias dizem que seus filhos estão fora da escola.
Byun afirmou que o nível de deslocamento e sofrimento humano causado pela violência em Darfur “exige apoio urgente e sustentado da comunidade internacional”.
Passagem de fronteira permanece aberta
Na semana passada o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, e a coordenadora humanitária para o país, Clementine Nkweta-Salami, receberam com satisfação a notícia de que a passagem de Adre permanecerá aberta.
A via localizada entre o leste do Chade e Darfur, no Sudão, é considerada crucial para o transporte de pessoal e suprimentos humanitários.
Fletcher afirmou que desde que foi reaberta há oito meses, essa passagem tem sido uma salvação para milhões de pessoas necessitadas na região.
Bombardeios afetam entrega de ajuda
Desde agosto do ano passado, quase 1,6 mil caminhões transportando 52,5 mil toneladas de carga humanitária entraram no Sudão via Adre. Os suprimentos incluem alimentos emergenciais e insumos para serviços de saúde, nutrição, abrigo, água, saneamento e educação.
Em Darfir do Norte, bombardeios em torno de El Fasher estão prejudicando o trabalho humanitário. O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) afirmou que disparos de artilharia na cidade na semana passada destruíram um caminhão-pipa que a agência apoiava no complexo do Hospital Saudita.
Esse caminhão entregava água potável para cerca de mil pacientes gravemente enfermos, cujo atendimento foi interrompido.
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