
Preso desde setembro, músico é acusado de associação ilícita, tráfico sexual e de liderar uma rede ilegal de prostituição. Ele se declara inocente. Ilustração de julgamento de Diddy, em maio de 2025
Elizabeth Williams / AP
Regina Ventura afirmou que já foi ameaçada por seu ex-genro Sean “Diddy” Combs. Ele teria exigido US$ 20 mil para não vazar vídeos de sexo explícito da filha dela, a cantora Cassie, com quem o músico namorou entre os anos de 2007 e 2018. Assim como outras testemunhas, Regina depôs contra o rapper nesta terça-feira (20), no tribunal federal de Manhattan (EUA).
Preso desde setembro, ele é acusado de associação ilícita, tráfico sexual e de liderar uma rede ilegal de prostituição. O músico, que se declara inocente, está sendo julgado desde o início deste mês.
Segundo Regina, Diddy a ameaçou porque descobriu que Cassie estava se relacionando com outra pessoa, o também rapper Kid Cudi.
No julgamento, a mãe da cantora afirmou que se sentiu “fisicamente doente” no fim de 2011, quando recebeu um e-mail de Cassie dizendo que Combs ameaçava divulgar vídeos dela explícitos e enviar alguém para bater nela e em Cudi. “Não entendi muita coisa. As fitas de sexo me confundiram”, afirmou Regina.
Depois de receber o e-mail da filha, Regina teria recebido uma ameaça de Diddy, exigindo o pagamento de US$ 20 mil. “Ele ficou bravo porque gastou dinheiro com ela [mas], ela saiu com outra pessoa”, testemunhou Regina.
Ela também disse que usou um empréstimo com garantia imobiliária para pagar o rapper porque estava “com medo pela segurança da filha”. Dias depois, o dinheiro foi devolvido e Cassie reatou com Diddy, segundo seu relato.
Regina testemunhou por menos de meia hora, em parte porque um dos advogados de Diddy, Marc Agnifilo, se recusou a interrogá-la. Durante o depoimento dela, o júri viu fotos de hematomas no corpo de Cassie que teriam sido tiradas quando a cantora voltou para casa no Natal de 2011.
Antes da chegada do júri, Agnifilo tentou persuadir o juiz Arun Subramanian a rejeitar o depoimento, alegando que era “puramente prejudicial” ao rapper. O juiz, porém, o permitiu, afirmando que as ameaças de divulgar vídeos de sexo e de ferir Cassie o tornavam um caso de “potencial extorsão”.
Kid Cuddi, cujo nome verdadeiro é Scott Mescudi, deve testemunhar até quinta-feira (22).
Ilustrações mostram P. Diddy em tribunal durante julgamento