O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (22) que seja mantido o depoimento do comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Ele foi indicado pelo seu antecessor, o ex-comandante Almir Garnier, como testemunha a seu favor e será ouvido nesta sexta-feira (23).
Garnier é réu no processo e acusado de ser o único comandante das Forças Armadas a apoiar uma intervenção para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em pedido encaminhado ao Supremo na quarta-feira (21), Olsen alegou que não conhece os fatos e pediu o cancelamento de sua participação como testemunha.
No entanto, Moraes afirmou que o almirante foi apontado pela defesa de Garnier como relevante para esclarecer o contexto da nota à imprensa divulgada pela Marinha do Brasil em novembro de 2024 e sobre assuntos internos da Força.
“A Defesa destacou que a oitiva da testemunha será relevante para os esclarecimentos sobre a existência, à época dos fatos narrados na denúncia, de ‘qualquer conversa ou tratativa interna relacionada à movimentação, ou preparação de tropas, tendo em vista que a testemunha arrolada exercia, naquele período, o cargo de Comandante de Operações Navais (CON) da Marinha do Brasil’”, afirmou o ministro.
A audiência com Olsen está marcada para às 14h desta sexta-feira (24). À época dos fatos, o almirante ocupava o cargo de comandante de Operações Navais — posição estratégica que exigiria sua anuência em caso de qualquer mobilização de tropas. A linha de defesa de Garnier é sustentar que nenhuma ordem nesse sentido foi dada ou discutida.
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