O primeiro-ministro de israelense, Benjamin Netanyahu, acusou os líderes da França, Reino Unido e Canadá de quererem ajudar o grupo palestino Hamas, depois que eles ameaçaram tomar “medidas concretas” se Israel não interromper sua mais recente ofensiva em Gaza.
A crítica, que ecoou comentários semelhantes do ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, na quinta-feira (22), foi parte de uma reação do governo israelense contra a pressão internacional cada vez mais forte sobre ele devido à guerra em Gaza.
“Vocês estão do lado errado da humanidade e do lado errado da história”, declarou Netanyahu.
À medida que o fluxo de imagens de destruição e fome em Gaza continua, alimentando protestos em países de todo o mundo, o governo israelense tem se esforçado para mudar a opinião pública mundial, que está cada vez mais contra ele.
“É difícil convencer pelo menos algumas pessoas, precisamente da extrema-esquerda nos EUA e em alguns países da Europa, de que o que Israel está fazendo é uma guerra de defesa”,
afirmou o ex-diplomata israelense Yaki Dayan.
Ele continuou afirmando que, “é assim que as coisas são percebidas em Israel, e preencher essa lacuna às vezes é uma missão impossível”.
Pressão por criação de um Estado Palestino
As autoridades israelenses estão particularmente preocupadas com os crescentes apelos para que países europeus, incluindo a França, sigam outros, como Espanha e Irlanda, no reconhecimento de um Estado Palestino, como parte de uma solução de dois Estados para resolver décadas de conflito na região.
Netanyahu argumenta que um Estado Palestino ameaçaria Israel e enquadrou o assassinato de dois funcionários da embaixada israelense em Washington nesta semana por um homem que supostamente gritava “Palestina Livre” como um exemplo claro dessa ameaça.
Ele afirmou que “exatamente o mesmo cântico” foi ouvido durante o ataque a Israel pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
“Eles não querem um Estado Palestino. Eles querem destruir o Estado Judeu”, expressou o premiê em uma declaração na plataforma de rede social X.
They don’t want a Palestinian state. They want to destroy the Jewish state. They want to annihilate the Jewish people, who have been in the Land of Israel for 3,500 years.
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— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) May 22, 2025
“Nunca consegui entender como essa simples verdade escapa aos líderes de França, Reino Unido, Canadá e outros”, continuou, acrescentando que qualquer iniciativa dos países ocidentais para reconhecer um Estado Palestino “recompensaria esses assassinos com o prêmio máximo”.
Em vez de promover a paz, os três líderes estão “encorajando o Hamas a continuar lutando para sempre”, ressaltou.
O líder israelense, cujo governo depende do apoio da extrema-direita, disse que o Hamas, que emitiu uma declaração saudando a medida, agradecia ao presidente francês Emmanuel Macron, ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer e ao canadense Mark Carney pelo que ele disse ser a exigência deles de um fim imediato para a guerra.
Ações contra Israel
A declaração dos líderes na segunda-feira (19) não exigiu o fim imediato da guerra, mas a interrupção da nova ofensiva militar de Israel em Gaza e o fim das restrições à ajuda humanitária.
Israel havia impedido a entrada de ajuda na Faixa de Gaza desde março, antes de relaxar o bloqueio nesta semana.
“Ao emitir sua exigência — repleta de ameaças de sanções contra Israel, contra Israel, não contra o Hamas — esses três líderes efetivamente disseram que querem que o Hamas permaneça no poder”, afirmou o premiê.
Segundo Netanyahu, “eles lhes dão esperança de estabelecer um segundo Estado Palestino a partir do qual o Hamas tentará novamente destruir o Estado Judeu.”
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, declarou que a França, assim como Reino Unido e Canadá, classifica o Hamas como uma organização terrorista, está “inabalavelmente comprometida com a segurança de Israel”.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Netanyahu acusa França, Reino Unido e Canadá de “encorajar” Hamas no site CNN Brasil.