Bem-estar sexual na terceira idade: desafios e possibilidades


A saúde sexual continua relevante na velhice, desafiando estereótipos e influenciando diretamente a qualidade de vida. A saúde sexual não deve ser negligenciada em qualquer idade
Instituto Homem/Divulgação
À medida que a expectativa de vida aumenta, o número de adultos com 65 anos ou mais cresce rapidamente. Em 2019, a população mundial de idosos era de 703 milhões, e a projeção é que esse número dobre até 2050.
Promover a saúde e o bem-estar nessa faixa etária é, portanto, uma prioridade. Isso inclui a saúde sexual, que, apesar dos estigmas, é agora amplamente reconhecida como fundamental em todas as idades.
A importância da saúde sexual na velhice
“A saúde sexual é parte essencial do bem-estar global, e não deve ser negligenciada, independentemente da idade”, destaca o Dr. Flavio Machado, médico em saúde sexual masculina e fundador do Instituto Homem. Segundo ele, muitos idosos continuam a desfrutar da vida sexual e valorizam a intimidade. Estudos mostram que, embora a frequência da atividade sexual possa diminuir com o tempo, o desejo e a busca por satisfação permanecem presentes para muitos adultos mais velhos.
No entanto, a realidade é que muitos enfrentam dificuldades sexuais, muitas vezes relacionadas a doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, além de declínios cognitivos e fatores psicológicos.
“O impacto de condições de saúde, como diabetes e hipertensão, pode ser significativo, mas a saúde mental e a forma como a pessoa lida com o envelhecimento também desempenham um papel central”, explica Dr. Flavio.
Atitudes positivas e relacionamentos saudáveis
Uma pesquisa publicada no The Journal of Sexual Medicine, mostrou que, para além das limitações físicas, o comportamento que as pessoas mantêm em relação ao sexo e ao envelhecimento são cruciais. Ter uma parceira regular, manter uma boa comunicação e cultivar um relacionamento satisfatório são fatores importantes para preservar o bem-estar sexual.
“Há uma crença errada de que o interesse sexual desaparece com a idade. O que realmente importa é a qualidade do relacionamento e como o casal enfrenta as mudanças”, afirma o Dr. Flavio.
A pesquisa ainda analisou 60 homens e 51 mulheres, entre 55 e 81 anos, todos com parceiros. Os resultados mostraram que uma boa autoavaliação de saúde e crenças positivas sobre a sexualidade na velhice estavam associadas a maior satisfação sexual.
Promover a saúde e o bem-estar nessa faixa etária é uma prioridade
Instituto Homem/Divulgação
Atitudes positivas são a chave
O estudo mostrou que, além dos problemas de saúde que podem impactar a vida sexual, o que realmente faz a diferença é como as pessoas enxergam a própria saúde, a qualidade dos seus relacionamentos e suas crenças sobre sexo.
“Não é só uma questão de evitar problemas como a disfunção erétil. Prazer e intimidade devem ser prioridades, mesmo na terceira idade”, comenta o médico.
Dessa forma, a saúde sexual na terceira idade deve ser vista de forma ampla, que vai além dos fatores físicos e envolve também o bem-estar emocional e relacional. Atitudes positivas, apoio médico e boa comunicação com o parceiro são fundamentais para manter uma vida sexual satisfatória e saudável na terceira idade.
Responsável Técnico: Dr. Flavio Machado – CRM 196137
Adicionar aos favoritos o Link permanente.