Saiba quem é Caio Bonfim, medalhista na Olimpíada que superou meningite e seguiu os passos da mãe na marcha atlética

Caio Bonfim fez história nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, na madrugada desta quinta-feira, 1º, ao garantir a medalha de prata na disputa da marcha atlética. O brasileiro completou a prova no tempo de 1:19.09.

Nascido em Sobradinho, no Distrito Federal (DF), onde ainda vive, o atleta de 33 anos de idade cresceu no Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), fundado pelos seus pais para democratizar o esporte na região.

Sua mãe, Gianette Bonfim, inclusive, era profissional da modalidade, foi campeã oito vezes e chegou a atingir o índice para as Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Porém, devido a uma mudança de critérios na competição, ela não foi selecionada para seguir adiante. Até hoje, ela é a sua maior incentivadora.

Saiba quem é Caio Bonfim, medalhista na Olimpíada que superou meningite e seguiu os passos da mãe na marcha atlética
Caio Bonfim e sua mãe, Gianette Bonfim – Reprodução/Instagram @wcarmo14

Apesar de a vida de atleta não ser fácil devido à rotina pesada de treinos, disciplina e foco, Caio Bonfim enfrentou o primeiro e, talvez, o maior desafio de sua vida quando ainda não era competidor de marcha atlética.

Quando tinha 7 meses de vida, o menino teve meningite e, depois, duas pneumonias. Para completar, era intolerante à lactose e, sem o consumo do cálcio, presente no leite, o diagnóstico colaborou para seus ossos se fragilizarem.

Com isso, suas pernas ficaram arqueadas e tortas. Passado o susto dos primeiros anos, Caio fez uma cirurgia e, contrariando a opinião ds médicos, que pensavam que ele teria dificuldades para andar a partir dali, não só andou, como marchou.

O brasileiro fez sua estreia olímpica em Londres-2012, ficando no 37º lugar. Na Rio-2016 acabou em 4º na prova dos 20km. Já em Tóquio-2020 terminou em 13º.

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Paralelamente a isso, marchador foi medalha de bronze no Mundial de Budapeste, na Hungria, em 2023.

Após a conquista, Bonfim desabafou sobre a valorização da marcha atlética no Brasil:

“Todo mundo um dia viu a marcha atlética e pensou: ‘O que é isso? Que estranho’. E eu não. Era a profissão da minha mãe. Estamos na nossa quarta Olimpíada e hoje eu posso falar para ela: ‘Nós somos medalhistas olímpicos’. Obrigado ao Brasil e a todos que apoiaram. Nessa prova aí nós não estamos brincando de rebolar. Nós somos uma potência. Nós somos medalhistas olímpicos”, declarou à TV Globo.

“Eu brinco que o Brasil tem dois esportes: o futebol e o que está ganhando. Se você quer aparecer tem que estar nesse que está ganhando, e tomara que essa medalha possa abrir portas e dar mais investimento. Que essa medalha dê oportunidade para aqueles que querem fazer marcha atlética e viver dela”, completou.

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Reprodução/Instagram
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