Governo da Hungria estuda proibir Parada do Orgulho com mudança na Constituição

O governo da Hungria propôs mudanças legais para evitar que a marcha anual do Orgulho LGBTQ+ aconteça na “mesma forma pública” que antes, indicou um funcionário do alto escalão nesta quinta-feira (27).

O governo nunca apoiou esse evento, disse Gergely Gulyas, chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban, aos jornalistas.

Mas “a margem de manobra não era suficientemente ampla” para impor uma proibição até o retorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Casa Branca.

“Acreditamos que a Parada do Orgulho pelo centro da cidade, agora que o embaixador dos EUA não pode mais liderá-la, não deve ser tolerada pelo país”, acrescentou.

O ex-embaixador americano na Hungria, David Pressman, crítico constante do governo de Orban, participava regularmente da marcha, junto com outros diplomatas estrangeiros.

Pressman deixou seu posto no mês passado antes da administração Trump assumir o cargo.

No sábado, em seu discurso anual à nação, Orban sugeriu a possibilidade de proibir o evento.

O governo deve apresentar uma emenda constitucional priorizando a necessidade de proteção infantil e, com base nisso, o formato atual da Parada do Orgulho poderia ser proibido, acrescentou.

A Hungria restringiu os direitos LGBTQ+ nos últimos anos para “proteger as crianças”, mas a Parada ainda atrai milhares de pessoas.

Os organizadores afirmam continuar com os preparativos para a 30ª edição do Orgulho de Budapeste, prevista para 28 de junho.

Em comunicado no sábado, condenaram a politização da questão em um momento em que as pessoas enfrentam problemas básicos como o custo de vida.

“A tarefa do governo não deve ser restringir ainda mais as liberdades básicas do povo húngaro, mas encontrar soluções reais”, acrescentaram.

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