O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou nesta terça-feira (13) sua disposição em “abrir” uma discussão sobre o envio de seus aviões armados com “bombas” nucleares para outros países europeus.
Essa medida segue os passos dos Estados Unidos, que compartilham seu guarda-chuva atômico com outros países europeus como “Bélgica, Alemanha, Itália e Turquia”, lembrou o mandatário no canal TF1.
“Estamos prontos para abrir essa discussão. Definirei o marco de forma muito específica nas próximas semanas e meses”, anunciou Macron, que sempre defendeu uma autonomia estratégica da Europa em matéria de defesa.
O presidente estabeleceu três condições: “A França não pagará pela segurança dos outros”, esse possível desdobramento não será feito em detrimento das necessidades do próprio país, e a decisão final caberá ao presidente.
Na sua visão, essas discussões não modificam a doutrina nuclear francesa. Na Europa, apenas o Reino Unido e a França possuem ogivas nucleares próprias.
“Desde que existe uma doutrina nuclear, desde o general [Charles] de Gaulle, sempre houve uma dimensão europeia na consideração do que chamamos de interesses vitais”, explicou.
“Não detalhamos isso porque a ambiguidade faz parte da dissuasão”, acrescentou.
A Polônia, um aliado-chave da Ucrânia na resistência à invasão russa e uma força cada vez mais relevante na União Europeia (UE), já expressou interesse em contar com a dissuasão nuclear francesa.
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