Presidente da COP30: Temos pouco tempo para combater mudanças climáticas

Em entrevista à CNN, o embaixador André Corrêa do Lago, nomeado Presidente da COP30, afirmou que restam poucos anos para combater efetivamente as mudanças climáticas.

“Nós temos poucos anos para realmente conseguir impedir que a mudança do clima seja ainda mais devastadora do que está sendo”, alertou o embaixador.

Em entrevista ao CNN 360º, Corrêa do Lago enfatizou a urgência de ações concretas para mitigar os impactos já evidentes das alterações no clima global e abordou o desafio financeiro contra as mudanças climáticas.

Desafios de financiamento

Os países em desenvolvimento precisam de pelo menos US$ 1 trilhão por ano até o final da década para lidar com as mudanças climáticas, disseram economistas nas negociações da ONU em Baku.

O embaixador explicou que o valor estimado não é apenas uma aspiração, mas uma necessidade identificada por estudos econômicos internacionais.

“É uma quantia absolutamente gigantesca”, reconheceu Corrêa do Lago e detalhou que o financiamento deverá vir de diversas fontes:

“Tem dinheiro, por exemplo, de ajuda ao desenvolvimento para países mais pobres, tem dinheiro de bancos de desenvolvimento internacionais, como o BID, mas tem naturalmente cada vez mais a necessidade de ter dinheiro privado”, disse o embaixador.

O presidente da COP30 ressaltou que o Brasil terá a missão de costurar uma estratégia de financiamento até a conferência em Belém.

Embora reconheça que não será possível saltar de US$ 300 bilhões para US$ 1,3 trilhão em um ano, ele enfatiza a importância de estabelecer uma lógica de financiamento que assegure os recursos necessários.

Desafios e oportunidades

Para o embaixador, a conferência climática representa uma oportunidade crucial para o Brasil demonstrar sua influência significativa no cenário mundial.

Ele ressaltou que, embora seja prematuro anunciar objetivos específicos, a COP30 tem o potencial de promover avanços significativos em áreas como financiamento e adaptação às mudanças climáticas.

O embaixador sublinhou a necessidade de restaurar a confiança global na luta contra as alterações climáticas e destacou a importância de ajustar as expectativas e ações dos diferentes países, reconhecendo que alguns podem ter sido excessivamente ambiciosos, enquanto outros foram demasiado modestos em seus compromissos.

Por fim, Corrêa do Lago enfatizou a necessidade de demonstrar que o combate às mudanças climáticas não é prejudicial às populações e economias.

“A COP é uma oportunidade de nós mostrarmos o Brasil trabalhando em uma agenda que é completamente universal e que o Brasil pode ter uma influência significativa”, afirmou André. Ele ressaltou que, diferentemente de outras questões globais, o Brasil possui uma relevância particular no tema das mudanças climáticas.

 

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