Quase 80% do país acha que redes sociais devem ter mais responsabilidade, diz estudo

O debate sobre a regulação das plataformas de internet tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente com o crescimento das redes sociais como espaços de relevância pública. Uma pesquisa realizada pela Nexus, com 2.000 cidadãos nas 27 Unidades da Federação, entre 10 e 15 de janeiro de 2025, revela que quase 78% dos brasileiros acreditam que as redes sociais deveriam assumir mais responsabilidade por suas atividades.

O dado reflete a insatisfação de uma parcela da sociedade com a falta de regras claras para a convivência digital, especialmente com o uso cada vez mais frequente da internet como plataforma de informação.

O estudo mostra ainda que 60% da população é favorável à regulação das redes. Ou seja, 6 em cada 10 brasileiros concordam que as plataformas de internet devem seguir algum tipo de norma básica para evitar problemas cibernéticos.

Sobre essas problemáticas, mais da metade da sociedade acredita que a difusão da desinformação e de discursos de ódio seria dificultada com uma possível regulação – para 61%, a imposição de regras digitais é fundamental para enfrentar a disseminação de conteúdos antidemocráticos, discursos de ódio ou de cunho racista, machista e lgbtfóbicos publicados na internet.

Oposição

Ainda segundo o levantamento, o apoio da maioria (60% da população total) à regulação cai pela metade quando os entrevistados são expostos ao argumento de que a moderação poderia limitar a liberdade de expressão das pessoas.

Essa justificativa é frequentemente usada pelos opositores do projeto de regulamentação das redes sociais. Em muito, o estudo exemplifica que o argumento da perda de liberdade influencia o resto da população – inclusive a parte favorável – causando a impressão de que seria o fim da autonomia digital.

“Para se mudar esse quadro, os defensores da regulação precisam encontrar meios de explicar para as pessoas que a regulação não pretende limitar a liberdade de expressão, mas sim combater conteúdos discriminatórios, falsos ou que contenham desinformação, o que é bem diferente”, conta Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.

Mesmo com a apresentação do pretexto da perda de liberdade, 28% dos brasileiros se mantêm firmes sobre a regulamentação das plataformas, representando a parcela mais favorável. Do total da população, apenas 12% não manifestam opinião sobre o assunto.

Já no âmbito da moderação de conteúdos, 73% consideram a checagem de fatos feita pelas próprias plataformas importante para combater notícias falsas e discursos de ódio. Outros 65% defendem que a análise do conteúdo seja feita pelos próprios usuários, a fim de garantir a liberdade de expressão.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.