Ataque a tiros em escola deixa ao menos 11 mortos na Suécia

Centro educacional para adultos em Örebro, a 200 quilômetros de Estocolmo, fica perto de escolas para crianças. Cinco pessoas estão gravemente feridas. Polícia diz que atirador está entre os mortos.Um ataque a tiros numa escola para adultos deixou ao menos 11 mortos, incluindo o atirador, e ao menos 5 pessoas gravemente feridas nesta terça-feira (04/02) na Suécia, no que o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, chamou de um dia muito doloroso para o país. É o pior ataque a tiros da história do país escandinavo.

O atentado ocorreu no centro de educação para adultos Campus Risbergska, que está localizado em Örebro, a cerca de 200 quilômetros da capital, Estocolmo. Ele oferece aulas de ensino fundamental e médio para adultos com 20 anos ou mais, aulas de língua sueca para imigrantes, treinamento vocacional e programas para pessoas com deficiência intelectual. Nele estudam adultos que não concluíram sua educação formal ou não conseguiram as notas para entrar no ensino superior. No mesmo campus há também escolas para crianças.

Todas as vítimas são maiores de 18 anos, segundo a polícia. As autoridades disseram nesta quarta-feira que três mulheres e dois homens, todos com ferimentos a bala, foram submetidos a cirurgia no Hospital Universitário de Örebro. Todos estavam em estado grave, mas estável. Outra mulher foi tratada devido a ferimentos leves, e o estado dela era estável.

O atirador é um homem desempregado com cerca de 35 anos que tinha uma licença para caçar (como muitos na Suécia), não tinha registros criminais e era morador de Örebro, informou a mídia sueca. Ele teria usado uma arma de caça durante o ataque. O chefe de polícia de Örebro, Roberto Eid Forest, disse que o atirador não era conhecido das autoridades. A identidade dele não foi revelada.

A polícia disse acreditar que o atirador agiu sozinho e descartou qualquer ligação com gangues criminosas ou organizações terroristas. “A polícia constatou que uma narrativa errônea sobre o ataque a tiros em Örebro se espalhou nas redes sociais. Gostaríamos, portanto, de esclarecer que, de acordo com a investigação, não há atualmente nenhuma informação indicando que o autor tenha agido por motivos ideológicos”, afirma um comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Segundo Forest, a polícia recebeu os primeiros relatos de um tiroteio na escola às 12h33, no horário local, mas ele não soube especificar como o ataque ocorreu ou se o incidente foi dentro ou fora da escola. Ele disse que os investigadores ainda estavam no processo de identificação das vítimas, e que as autoridades não tiveram “nenhum sinal de alerta prévio” do ataque.

Os professores Miriam Jarlevall e Patrik Soderman disseram ao jornal Dagens Nyheter que ouviram tiros num corredor. “Houve muitos tiros no início, depois ficou quieto por meia hora, e então começou de novo. Estávamos deitados sob nossas mesas, encolhidos”, contaram.

Alunos da instituição e de escolas próximas ficaram trancados por várias horas até serem gradualmente liberados, disse a polícia.

O canal de televisão sueco TV4 relatou que a polícia invadiu a casa do suspeito em Örebro no final da tarde desta terça-feira.

Criminalidade endêmica na Suécia

Vários meios de comunicação relataram que o atirador teria virado sua arma contra si mesmo. Segundo a polícia, nenhum policial ficou ferido no incidente. Ambulâncias, serviços de resgate e policiais ainda estavam no local.

O Ministro da Justiça da Suécia, Gunnar Strommer, disse que o governo estava em contato próximo com a polícia e acompanhava os acontecimentos de perto.

A Suécia vem enfrentando uma onda de tiroteios e ataques a bomba resultantes do problema endêmico no país de crimes de gangues, embora ataques fatais em escolas sejam raros.

Entre 2010 e 2022, dez pessoas foram mortas em sete incidentes de violência com vítimas fatais em escolas, segundo o Conselho Nacional Sueco para a Prevenção ao Crime.

Em um dos crimes de maior repercussão na última década, um agressor mascarado de 21 anos, que agiu por motivos racistas, matou um assistente de ensino e um jovem e deixou outros dois feridos em 2015.

rc/as (Reuters, AP, AFP, Efe)

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