Eduardo Bolsonaro cogita se licenciar e permanecer nos EUA

Deputado federal afirma que vai pedir asilo nos EUA. Ele se diz perseguido pelo STF, embora não seja alvo de nenhuma acusação e a PGR tenha rejeitado pedido para apreensão de seu passaporte.O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou que vai se licenciar do mandato parlamentar, ao menos temporariamente, para permanecer nos Estados Unidos, onde pretende pedir asilo político.

Em suas redes sociais e a veículos de imprensa, ele afirmou que vai entrar com o pedido de licença não remunerada do cargo, o que pode se estender por até quatro meses. Ele está nos EUA desde 27 de fevereiro, em sua quarta viagem ao país de Donald Trump, e não tem data para retornar.

Ele alega ter tomado a decisão diante do que definiu como cenário de perseguição à direita no Brasil por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da denúncia de trama golpista que envolve o ex-presidente Bolsonaro. Eduardo não está entre os investigados.

“Eu vim passar o Carnaval nos Estados Unidos e voltaria para o Brasil hoje [terça-feira]. Quando eu estava vindo, os deputados do PT mandaram para a PGR [Procuradoria-Geral da República] a representação pedindo o meu passaporte e a prisão preventiva do Paulo Figueiredo [influenciador de direita]. No dia seguinte, o Alexandre de Moraes puxou para ele o processo”, disse à Folha de S.Paulo.

No entanto, Moraes rejeitou o pedido do PT de investigação e de apreensão do passaporte do político, feito sob a alegação de que ele tem usado suas viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o STF. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou contra o pedido do PT.

“Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, afirmou Eduardo Bolsonaro.

Para tanto, o deputado irá abrir mão da presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, indicação tida como certa por seu partido, o PL, dono da maior bancada na casa. “Mais vale estar aqui. Nada me impediria de não perder o passaporte”, disse à Folha.

Questionado pelo jornal sobre a postura do governo de Donald Trump de vetar a possibilidade de imigrantes pedirem asilo e aguardarem no país a decisão, ele avaliou que a sua situação é diferente porque entrou de maneira legal. “Estou avaliando as opções com o advogado.”

rc (ots)

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