As principais Bolsas europeias operavam em leve alta nesta sexta-feira, uma trégua ao final de uma semana de turbulências devido à guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que provocou a desvalorização do dólar.
Nas primeiras negociações, às 7h05 GMT (4h05 de Brasília), Paris avançava 0,87%, Frankfurt 0,91%, Londres 0,69%, Milão 0,60% e Madri 0,59%.
Os investidores na Europa tentam superar uma semana de sobressaltos e esperam “uma rápida flexibilização monetária” por parte do Banco Central Europeu (BCE) em suas próximas reuniões “para contrabalançar os riscos que pesam sobre o crescimento na zona do euro”, disse John Plassard, especialista em investimentos da Mirabaud.
“Mas continuam preocupados com as incertezas vinculadas à guerra comercial e ao impacto potencial sobre o crescimento econômico, a inflação e o emprego”, explica Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank.
Há vários dias, os mercados se movimentam ao ritmo dos anúncios de Trump sobre tarifas adicionais e suas mudanças inesperadas.
Na quinta-feira, os mercados europeus se beneficiaram do anúncio feito na véspera pelo presidente americano de que suspenderia parte das tarifas de importação para dezenas de países durante 90 dias.
Washington, no entanto, mantém tarifas mínimas de 10% e sobretaxas de 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis, em particular contra a União Europeia.
Bruxelas também cogita adotar tarifas contra os gigantes americanos do setor de tecnologia caso as negociações não encerrem a guerra comercial, afirmou ao Financial Times a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A China é a exceção, com tarifas adicionais sobre seus produtos que alcançam 145%, segundo um decreto da Casa Branca publicado na quinta-feira, que provocou uma queda expressiva em Wall Street.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em queda de 2,96% nesta sexta-feira. Outros mercados da região registraram altas moderadas.
O dólar enfrenta uma desvalorização, impactado pelas mudanças incessantes de Trump, que minam a credibilidade dos Estados Unidos aos olhos do mercado cambial.
No último mês, a moeda americana, considerada por muito tempo um ativo de confiança, perdeu quase 4,50% de seu valor na comparação com o euro. Na manhã sexta-feira, a moeda perdia 1,18%, a 1,1326 dólar por euro.
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